Decididamente, o Sporting da Covilhã não se dá bem a jogar perante o seu público contra equipas que ocupam os últimos lugares da IIª Liga. À semelhança do que já tinha sucedido na receção ao Trofense, então destacado “lanterna vermelha”, os comandados de Francisco Chaló foram surpreendidos no último domingo pelo Santa Clara, que era um dos penúltimos. Esta foi uma semana “negra” para a formação serrana que na última quarta-feira tinha ido perder a casa do Leixões. Ainda assim, os “leões da serra” continuam na quarta posição, na companhia do Penafiel, embora estejam agora a cinco pontos dos lugares de subida ao principal escalão.
O jogo de domingo não podia ter começado pior para o Sporting da Covilhã que aos dois minutos já estava a perder. Igor Araújo ainda defendeu um primeiro remate de Tiago Leonço, mas no seguimento do lance, Minhoca cruzou da esquerda para a área, onde surgiu Hugo Santos, solto de marcação, a rematar de primeira sem hipótese para o guarda-redes serrano. Esta desvantagem madrugadora não “acordou” de imediato a equipa da casa que demorou a reagir, enquanto os açorianos passaram a apostar no contra-ataque e em “queimar” tempo sempre que podiam. Aos 33’, o Covilhã esteve perto de marcar mas o “gigante” Rocha cabeceou ao lado quando estava em excelente posição para marcar. Volvidos seis minutos, Báta entrou pela direita e quase sem ângulo rematou fraco para as mãos de Serginho.
No segundo tempo, Francisco Chaló fez entrar Carlos Manuel para o lugar de Vítor Massaia e a formação serrana intensificou o domínio. Contudo, só aos 67’ é que surgiu uma verdadeira ocasião de golo com o irrequieto Gui a rematar rente ao poste direito. O Santa Clara voltou a importunar Igor Araújo aos 81’ com Minhoca a atirar forte para defesa do guardião. No minuto seguinte, Gui rematou cruzado ao lado e, aos 84’, de cabeça, voltou a não acertar no alvo. Na ânsia de chegar ao empate, os serranos estiveram perto de sofrer o segundo golo aos 86’ novamente por intermédio de Hugo Santos que tentou um “chapéu”, que saiu ligeiramente por cima da baliza de Igor Araújo. Até que já em período de compensação, Gui assistiu Báta que, descaído para a esquerda, viu Serginho negar-lhe o golo do empate. O árbitro internacional Olegário Benquerença fez um bom trabalho.
No final do encontro, sem falar em nomes, Francisco Chaló criticou alguns jogadores que, em sua opinião, andam «distraídos» com o propalado interesse de outros clubes. O técnico garantiu que «vamos tomar as medidas certas para algumas pessoas perceberem que nasceram porque nós as fomos buscar. A história mostra-nos que o problema não é quem é rico continuar a ganhar dinheiro, é quem é pobre passar a ser rico. É o problema da burguesia», disparou. Já na quarta-feira passada, uma semana depois de se terem defrontado para a Taça de Portugal, Leixões e Sporting da Covilhã voltaram a encontrar-se, desta feita em Matosinhos, com a vitória a voltar a sorrir à equipa nortenha. O único golo foi apontado aos 71 minutos por Cadinha, num livre direto à entrada da área, que deixou Igor Araújo “pregado” ao relvado. O Covilhã volta a jogar em casa este domingo, frente ao Marítimo “B”.
Ricardo Cordeiro