Arquivo

A maior mostra de actividades da Beira Interior chega ao fim

Feira de São Bartolomeu é um importante ponto comercial desde 1273

Aquela que é considerada a maior feira de actividades da Beira Interior começou na última sexta-feira em Trancoso. Até segunda, a Feira de São Bartolomeu oferece mais de 200 expositores dos mais diversos sectores, tasquinhas típicas, diversões, concertos e artesanato. Tudo numa área de 32 mil metros quadrados, repartidos entre o Pavilhão Multiusos e a sua envolvente. «A crise parece não afectar este certame», garante Júlio Sarmento.

O presidente do município explica o êxito do evento com o seu modelo. «Há 15 anos atrás a feira estava moribunda, mas nós modernizámos e criámos regras para dar perenidade e uma estrutura fixa durante 10 dias. Soubemos acompanhar a evolução dos tempos e conseguimos evitar a deslocalização do evento para a periferia mantendo uma área suficientemente ampla perto do centro de Trancoso», adianta. Como habitualmente, a procura de stands voltou a ultrapassar a disponibilidade, já que todos foram vendidos. «Aqui não há espaços cedidos gratuitamente», acrescenta António Oliveira, presidente da ACITAM – Associação Comercial e Industrial de Trancoso, Aguiar da Beira e Mêda, co-organizadora do certame cujo orçamento é de 364 mil euros. O resto fica a dever-se à «dinâmica» dos empresários locais e à «atractibilidade» da cidade, há séculos um importante local de trocas comerciais. É que esta é também a mais antiga feira franca do país, tendo sido criada em 1273 por D. Afonso III. Mas a organização espera bater este ano um novo recorde de entradas e ultrapassar a barreira dos 150 mil visitantes. Para além das diversões e das exposições sectoriais, a animação aposta num cartaz de luxo da música portuguesa.

Já por ali passaram Roberto Leal, Da Weasel, Carlos do Carmo, Emanuel, Mónica Sintra e Quinta do Bill. Faltam subir ao palco Quim Barreiros (esta noite), Tony Carreira (amanhã) e Xutos e Pontapés (sábado). No domingo é a vez do 16º Festival de Folclore e dos Canta Baía, cabendo aos Mercado Negro a noite de encerramento. Quanto ao futuro de Trancoso, o autarca-candidato anuncia um «grande investimento» para o mercado municipal, que irá abaixo para dar lugar a um equipamento público similar e a um centro comercial, cujo financiamento deverá envolver algumas construtoras. «Estão praticamente asseguradas duas lojas-âncora, uma das quais é uma média superfície alimentar», revela. Ainda no campo comercial, a autarquia está a ultimar a aquisição de um terreno, junto ao estádio municipal, para a instalação de um mercado grossista permanente. «É uma iniciativa particular, a Câmara apenas cede o terreno para termos ali um núcleo muito idêntico ao existente em Nelas, em que os grossistas têm um local de armazenamento e de venda, podendo abrir um ou mais dias por semana», explica Sarmento. O autarca está igualmente optimista quanto à chegada da auto-estrada a Trancoso: «Tudo se conjuga para que o Governo lance e concretize o projecto durante os próximos quatro anos», diz, acrescentando-lhe a variante Norte ao concelho.

Outros projectos em perspectiva são os novos Paços do Concelho e as obras previstas para o centro histórico no âmbito da classificação como Aldeia Histórica. Trata-se da recuperação das fachadas e repavimentação, mas também dos museus previstos para o castelo, da responsabilidade do IPPAR, e para o actual quartel da GNR, onde nascerá o Museu Municipal. No campo da Batalha de S. Marcos, as primeiras escavações arqueológicas vão começar em Setembro após o levantamento topográfico ter identificado os sítios prioritários. «Trancoso vai ter o segundo centro de interpretação histórica da Guerra da Independência, depois de Aljubarrota. Resta saber que material vai resultar das escavações para se avançar com o arranjo urbanístico do campo e a construção do centro de interpretação», refere.

Luis Martins

Sobre o autor

Leave a Reply