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A JS e a Guarda

Eleitos que estão os órgãos representativos da Federação Distrital da Juventude Socialista da Guarda, tendo a VIII Convenção Bienal da Distrital da JS sido realizada na Casa da Cultura da Cidade da Meda, no passado dia 15, discutiu-se o trabalho feito, cuja excelência, declarada por unanimidade, elevou ainda mais a única estrutura partidária verdadeiramente ativa no nosso distrito, não obstante as enormes dificuldades e carências a que o Governo tem votado esta parte do país. Não fora o trabalho, a persistência e a capacidade do Pedro Heitor Rebelo, que nos últimos anos liderou os Jovens Socialistas do distrito, e a juventude deste abandonado território não teria dado sinal de vida!!!

Novo grupo, renovadas as forças, prepara-se agora a Federação Distrital da JS para, com todas as concelhias, iniciar dois anos de trabalho tão difícil como atrativo. A responsabilidade é muita e as ambições também! No entanto, o grupo está unido e preparado para, ao lado do recém eleito presidente da Distrital da JS Guarda (António Miguel Carvalho), levar a cabo a moção global de estratégia.

A Federação Distrital não tem poupado no esforço e na intervenção sobre diversos temas que têm afetado o nosso distrito e a sua juventude, com destaque para a enorme diferença que existe em SER JOVEM na Guarda ou em Lisboa, Porto ou Coimbra. Cabe chamar aqui à liça o absurdo contido no novo mapa judicial, apresentado pelo atual governo de coligação PSD/CDS-PP, e perguntar: que governo é este que promove o abandono e a depressão de uma parte do território nacional e das suas populações? Que governo é este que se demite das suas responsabilidades de coesão territorial? Que governo competente e respeitável poderia promover o despovoamento, sem respeito pela terra, pelas gentes e pela história do seu próprio país? Não sabe o Governo que a justiça é um dos pilares de qualquer sociedade organizada? Cabe aqui a invocação de Cícero e perguntar que Catilina governa Portugal e para onde pretende conduzi-lo? É intolerável para nós, juventude do “interior”, percebermos que somos vítimas dum governo que prometeu defender-nos e que cada dia vemos mais distante a possibilidade de projetarmos, nas nossas vilas e cidades, as nossas vidas profissionais e pessoais, pois diante de nós está a ser praticada uma política de desrespeito e discriminação pelas pessoas que, a muito custo, ainda vivem e trabalham por cá.

No passado sábado, em ato de protesto e de luto, juntaram-se mais de quarenta jovens socialistas, vindos de todos os concelhos do distrito da Guarda, diante do Tribunal de Comarca da cidade da Meda! É fundamental que não seja apenas a população da Meda e de Fornos de Algodres a participar nestas iniciativas. A cidade da Guarda e todos os outros concelhos devem unir-se e fazer chegar o tom da sua voz aos gabinetes daqueles que, sentados à beira mar, se esquecem, todos os dias, que Portugal é todo o território compreendido entre os seus pontos mais extremos, e é da responsabilidade efetiva do Governo defender a unidade territorial, sejam quais sejam as dificuldades. Este nosso Governo parece estar interessado, apenas e só, em promover a divisão e a espoliação, com especial incidência no interior e nas suas populações!

A convergência de todas as forças, partidárias e associativas do nosso distrito é fundamental!

Temos vindo a assistir, de forma mais ou menos conformada, ao que se passa na nossa aldeia, na nossa vila, na nossa cidade! Apesar disso, não têm sido raras as demonstrações de oposição aos atos criminosos de aniquilação do interior. No entanto: as portagens, o fecho das repartições de finanças, o novo mapa judiciário, a falta de investimento no distrito da Guarda, entre outras falhas e precaridades, sugerem a manutenção deste território em cuidados continuados, sem esperança de melhoria aparente. Se este é o futuro do nosso distrito, aproveitemos então as instalações do novo “hospital da Guarda” para lá internarmos este território doente, evitando que também aquele seja um projeto que nasceu e cresceu mas não chegou a adulto, pois foi vítima de agressão grave, cujos autores, embora conhecidos, continuam a ser dados como desertores, eximindo-se assim de pagarem pelas culpas que, de facto e de direito, os tornam criminosos e proscritos.

As eleições europeias vão fazer com que os carrascos da nossa terra se ponham ao caminho em busca dos votos! Não podemos esquecer que vêm de mansinho, mas apenas querem fazer a festa à nossa custa, obrigando-nos a pagar o banquete e o foguetório.

Enquanto coordenador da JS do concelho da Guarda, mas sobretudo enquanto cidadão, tudo farei para lhes lembrar que aqui, na Guarda, somos portugueses tão providos de memória e de inteligência como quaisquer outros e que se houver imbecis nesta demanda, não seremos nós, pois somos, desde há muitos séculos chamados de “beirões”.

Estes e outros temas serão, seguramente, alvo da preocupação, atenção e trabalho do recém eleito presidente da distrital da JS da Guarda e da sua equipa. O que aí vem não se espera que seja facilitado, no entanto conta com os coordenadores concelhios e suas equipas. Enquanto coordenador da Concelhia da JS da Guarda permanecerei incondicionalmente disponível para defender o interesse de todos os jovens do nosso distrito, e representá-los em qualquer instância, a par da Distrital da JS da Guarda.

Portugal é mais com o Interior e o distrito da Guarda é mais com a Juventude Socialista .

Por: José António A. Quelhas Gaspar

*Coordenador da concelhia da Juventude Socialista da Guarda

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