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A Guarda tem «um lugar especial» na agenda de Miguel Viegas

O novo eurodeputado da CDU tem raízes na aldeia dos Trinta e visita a Quinta do Ronfrio (Corujeira) sempre que pode

A ida ao centro da Guarda, o passeio a pé até aos Trinta (pela serra) e a canoagem com os filhos na Barragem do Caldeirão são paragens “obrigatórias” quando Miguel Viegas, eleito há uma semana na lista da CDU para o Parlamento Europeu, visita o concelho onde reside o seu pai e tem «bastantes amigos», adianta a O INTERIOR.

A mãe é natural da aldeia dos Trinta, mas o professor da Universidade de Aveiro, hoje com 44 anos, nasceu em Paris (França) e só visitava a região por altura das férias «passadas naquela aldeia e na Quinta do Ronfrio (Corujeira), onde os meus pais residem desde a década de 90», recorda o economista, que se formou em medicina veterinária em 1993. «Como médico veterinário exerci a minha atividade, entre 1994 e 1995, desde a Guarda até Castelo Branco, e morava na Quinta», refere o agora docente do Departamento de Economia e Gestão Industrial, justificando a mudança porque o projeto em que esteve envolvido «não singrou da forma que esperava e mudei-me para Leiria por razões profissionais».

Em 2004, formou-se em Economia, sendo que atualmente tem na macroeconomia, e em particular na atualíssima política orçamental, a sua principal área de investigação, tendo publicado vários artigos na área do desenvolvimento regional e ambiente. Já a Guarda continua a ser paragem obrigatória na hora de recarregar “baterias”: «Visito sempre que posso, não só nas férias mas também aos fins de semana», revela Miguel Viegas, que promete não esquecer a região em Bruxelas. «O profundo conhecimento da região permite conhecer os efeitos das políticas de coesão tiveram por cá», considera o eleito, salientando que «apostou-se na infraestrutura em detrimento do desenvolvimento das potencialidades endógenas da região». E os resultados estão à vista, na sua opinião: «O interior perdeu parte da sua estrutura produtiva e encontra-se demograficamente mais débil porque os jovens não encontram aqui sustento», aponta o professor universitário.

Miguel Viegas, o terceiro da lista da CDU, sempre acreditou que podia ser eleito e garante que muita gente da Guarda votou no partido pela primeira vez: «Do conhecimento que tenho de muitas pessoas no concelho, e graças à boa campanha realizada pelos muitos ativistas da CDU, entre os quais o candidato Mário Martins, temos noção que muitos eleitores votaram em nós pela primeira vez», assevera o eurodeputado, que recusa ser apontado como o “representante” da cidade em Bruxelas. «Representamos Portugal, sendo que na CDU a divisão será em termos das comissões especializadas e não uma divisão geográfica», frisa o eleito, assegurando que, «no quadro das visitas que fazemos ao país, é óbvio que o interior, e em particular o distrito da Guarda, terá sempre um lugar especial na minha agenda».

O economista não tem dúvidas que a região deve apostar nos produtos endógenos, para assim contornar as principais carências. «São necessários apoios que permitam fixar e desenvolver o aparelho produtivo», reitera Miguel Viegas, apontando a importância de «instrumentos que introduzam critérios de perequação geográfica, bem como a coesão territorial». O “pontapé de saída” poderá ser dado com o próximo orçamento comunitário 2014-2020, onde a CDU vai defender «políticas de desenvolvimento regional».

Miguel Viegas residiu no concelho entre 1994 e 1995

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