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A fuga à verdade

PS, BE e PCP não querem que se façam perguntas, que se ouçam pessoas, que se analisem documentos. De alguma coisa devem ter medo? O que escondem? Um dia haveremos de o descobrir. Mesmo que a maioria declare o “assunto encerrado”, a verdade não se decreta…

Em 2015, os portugueses votaram e elegeram 107 deputados da coligação liderada pelo PSD. Qualquer um dos partidos da atual maioria parlamentar tem hoje menos deputados nas suas bancadas, razão pela qual sempre se poderá entender que esta coligação negativa, ao comportar-se como se da verdade dos factos algum mal possa suceder, está a negar os direitos à maioria dos portugueses que, nas últimas eleições legislativas, participou no ato eleitoral legitimando PSD e CDS a governar o nosso país.

Não só o atual Governo promove hoje a fuga à verdade, como a conivência e a parcialidade do presidente da Assembleia da República é cada vez mais notória e deveria preocupar todos os portugueses.

Os partidos que hoje estão na oposição têm o direito, e mais, têm até o absoluto dever de cumprir a principal função da Assembleia da República, que é fiscalizar a ação do Governo. É isto que tem de os nortear: questionar o Governo, confrontá-lo com as respostas que continuam a não dar, apontar as escolhas erradas que são tomadas e exigir explicações. Seja no caso da CGD, seja na redução de um défice insustentável para futuro, seja nos cortes cegos nos serviços públicos, seja nos pagamentos em atraso que todos os dias aumentam no Serviço Nacional de Saúde, seja na paralisação da reforma do Estado, seja nas dúvidas sobre o tema das offshore, seja na falta de ímpeto reformista que todas as entidades externas apontam ao atual Governo português.

Assim, a acusação de que o PSD e o CDS querem destruir a Caixa Geral de Depósitos é completamente destituída de sentido. Transporta-nos para o domínio da estupidificação da política.

Depois do Governo de José Sócrates, com os seus empréstimos problemáticos e os calotes de milhares de milhões de euros que quase levaram o banco público à falência, é duvidoso que se encontre outro executivo que tanto mal tenha feito à Caixa como o “governo da união das esquerdas”.

António Costa anda há mais de um ano a dizer que é urgentíssimo recapitalizar a CGD, mas o seu executivo até ao momento não “meteu” lá um cêntimo. É só foguetório, mentiras e infindáveis trapalhadas. Isto sim destrói a imagem da Caixa e agrava a desconfiança generalizada no setor bancário. Já agora, recorde-se que a última recapitalização da Caixa, no montante de 900 milhões de euros, foi precisamente feita no Governo de Passos Coelho.

Querer saber o que se passa na Caixa não é querer destruir a Caixa. É querer saber a verdade. É querer apurar responsabilidades políticas. É querer esclarecer tudo aquilo que deve ser esclarecido. Impedir que isso aconteça, como o fazem PS, BE e PCP, não é legal, nem sequer é democrático. É boicotar a verdade, é proteger maus políticos, é “enviesar” o papel fiscalizador do parlamento, é amordaçar a oposição, é suspender a democracia. É a mais pura e elementar definição de abuso de poder, com a qual não se pode pactuar!

Abandono

A taxa de abandono precoce na educação subiu para os 14% em 2016. É a primeira vez, em 11 anos, que o abandono escolar aumenta depois de ter passado perto de 35%, em 2008, para 13,7%, em 2015. Significa isto que, em apenas um ano de governação à esquerda, há mais alunos a abandonarem o sistema de ensino. Claro que, mais uma vez, a culpa será atribuída ao anterior governo…

Tarifa social do gás

Como na maioria do distrito da Guarda, em Portugal existem 657 famílias que, apesar de preencherem todos os critérios de carência que dão acesso a tarifas sociais na energia, não têm direito a este apoio no fornecimento de gás, já que este apenas visa o gás natural.

Em agosto de 2016, e pouco tempo depois de a atribuição automática destes apoios sociais ter sido implementada, havia já 691,8 mil famílias com acesso à tarifa social de eletricidade.

Se os critérios de acesso são idênticos, então o número de famílias com acesso a este benefício, também no gás, deveria ser igual. Mas, infelizmente, não é assim. Como 95% das famílias vivem em zonas sem ligação ao gás natural ficam de fora destes importantes apoios.

Haja equidade! Que o distrito da Guarda, onde o frio do inverno nos “enrobustece” a maioria do ano, como noutros, bem o agradeceriam.

Por: Ângela Guerra

* Deputada do PSD na Assembleia da República eleita pelo círculo da Guarda e presidente da Assembleia Municipal de Pinhel

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