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A emergente nova era do cinema

“Novidad” pretende criar um espaço de discussão sobre a utilização das tecnologias digitais no cinema

Entre sábado e 5 de Dezembro, os amantes da sétima arte têm a oportunidade de «reflectir» no “Novidad” sobre as novas tendências do cinema. O evento, organizado pelo Cine Clube da Beira Interior (CCBI) com a participação de alguns especialistas na matéria, pretende ser um «espaço de encontro e discussão em torno da utilização das novas tecnologias digitais» no cinema e na criação. Conferências, “workshops”, espectáculo de vídeo “jamming”, concertos, multimédia e uma panóplia de filmes, documentários e curtas-metragens compõem o programa da primeira edição do evento.

«Com as novas tecnologias, introduzem-se modificações na maneira como nos relacionamos no fenómeno cinema, quer com os espectadores quer com os realizadores», realça Frederico Lopes, presidente do CCBI. Com o cinema a entrar numa «nova idade», o Cine Clube pretende com o “Novidad” encorajar os jovens realizadores a dar azo ao experimentalismo e à criação, bem como «discutir» os aspectos «positivos e negativos» desta nova etapa tecnológica em que o cinema tende a «migrar para novos meios de comunicação áudio e visual», sustenta Frederico Lopes. Um «contributo» para que uma maior quantidade não reverta para uma menor qualidade na produção cinéfila. A «relação com o real» nas novas tecnologias, a denominada realidade virtual, será também uma das problemáticas a abordar no encontro. A projecção do filme “Matrix Revolutions” no Teatro-Cine da Covilhã, entre 28 e 30 de Novembro, ilustrará o tema, acrescido, no último domingo do mês, de toda a trilogia e do “Animatrix” – filme para os mais novos.

Tendo como objectivo a promoção dos novos realizadores, o encontro vai ainda revelar cerca de 66 filmes realizados na maioria por jovens criadores. São curtas-metragens produzidas com recurso às novas tecnologias, como o vídeo, o multimédia ou o 3D. Mas nesta mostra, que vai decorrer entre 26 de Novembro e 4 de Dezembro na Cinubiteca (anfiteatro 1 da Universidade da Beira Interior), também serão exibidas a longa-metragem “Luz”, de Martin Dale – à volta da Aldeia da Luz –, e as curtas-metragens “Burdião”, “2Lux” e “Índios da Meia-Praia”, de Pedro Sena Nunes.

Rob Nilsson e Joe Davidow contemplados

O encontro abre no Teatro-Cine da Covilhã com a conferência de Paulo Viveiros, mestre em Ciências da Comunicação, sobre “Cinema na era das novas tecnologias”. Ao final da tarde, a tela exibe “Singing”, das 9@night Series, de Rob Nilsson, pioneiro nas técnicas de vídeo. De resto, todos os episódios da 9@night Series serão exibidos até quarta-feira. Joe Davidow, compositor/produtor americano, também será contemplado nestes encontros de cinema digital. Com inúmeros trabalhos de composição, vídeo, teatro, filmes, documentários e multimédia, tendo dedicado os últimos anos à concepção audiovisual digital, o CCBI escolheu “Moments”, “The man who never was”, “Scenes from September” e “Hidden Passion” para ilustrar uma retrospectiva nos dias 1 e 2 de Dezembro. Do programa constam ainda várias sessões nocturnas no Teatro-Cine com curtas e longas metragens e concertos de música pela Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI), Escola Superior de Artes de Castelo Branco (ESART) e por um Quinteto do Porto. A exibição dos filmes premiados no FRAME – Festival Internacional de Vídeo e Dança, as instalações multimédia no edifício Arte e Cultura, com trabalhos de Pedro Sena Nunes, alunos da ESART e de Design Multimédia na UBI até 4 de Dezembro, e de Rui Fonseca na Biblioteca Municipal da Covilhã até 5 de Dezembro completam o cartaz do “Novidad”. Esta segunda-feira Francisco Lança fala na UBI sobre “O filme de animação com recursos digitais». Um dos mais carismáticos realizadores do cinema de animação português orientará, por outro lado, o “workshop” sobre “Cinema de Animação” (entre 22 e 27 de Novembro), sendo que o atelier “Vídeo Jamming” estará a cargo de António Pires (de 2 a 5 de Dezembro). O “Novidad” encerra com uma festa de “Vídeo Jamming” no Bar Armazém.

Liliana Correia

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