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«A democracia é uma coisa de Lisboa»

Livro “Cidadania Activa, mais e melhor Democracia” apela à maior intervenção dos cidadãos

Perto de duas dezenas de cidadãos partilharam sexta-feira à noite as «inquietações» de José Dias, coordenador do livro “Cidadania Activa, mais e melhor Democracia”, publicado recentemente pelas Edições Afrontamento e que foi apresentado na Guarda por Alves Ambrósio, autor de um texto sobre Direitos Humanos pré-publicado n’ “O Interior” há um ano atrás.

A sessão decorreu no auditório do Paço da Cultura onde o professor de História da Escola Secundária Afonso de Albuquerque defendeu a ideia de que a democracia «carece de um profundo sopro renovador», ao considerar, citando uma passagem do livro, que a cidadania é um «luxo incompatível para este grupo de amigos que nos governa». Uma opinião partilhada por José Dias, para quem a democracia está «cada vez mais longe dos cidadãos e é uma coisa de Lisboa». O coordenador desta obra garante que o livro não é contra os partidos, mas pretende «alertar para o facto de Portugal ter excesso de dirigentes, de cuja clausura falam para os cidadãos, e apelar também aos portugueses para que saiam de casa e sejam activos». No entanto, José Dias considera que os partidos não são «atractivos», nem mesmo para os seus militantes, e que o poder político vive «desfasado» dos interesses dos portugueses, daí os elevados níveis de abstenção. «Uma democracia assim não agrada aos cidadãos, mas pode interessar aos governantes, que se perpetuam e revezam no poder como uma casta», critica. Sublinha, por isso, que é urgente reconstruir a democracia «dando força aos cidadãos contra um poder viciado e lisboeta, que tira partido de uma sociedade partida, corporativa, celular e com muito colesterol», defendendo, por último, a necessidade de um ministério do Envelhecimento para «distribuir melhor a solidariedade inter-geracional» no nosso país.

O «fórum» “Cidadania Activa, mais e melhor Democracia” apresenta as contribuições de José Fernandes Fafe, Nuno Teotónio Pereira, Teresa Sá e Melo, Ulisses Garrido, Kalidas Barreto, Camilo Mortágua, José Matos Pereira, Manuel dos Santos Pereira, José António Alves Ambrósio, Jóia da Silva, Luís Ladeira, Victor Esteves, Manuel da Encarnação Reis, José Diniz Pinto, Cândido Ferreira, João Luís Rozeira, João Baptista Magalhães, Rui Oliveira, José Manuel Pureza e José Reis.

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