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«A dança é tão necessária quanto respirar»

Bruno Brazete começou no Aquilo Teatro, tendo depois seguido a dança contemporânea

«Sempre fui um menino de rua, nunca pensei fazer teatro». Assim se apresenta Bruno Brazete, de 27 anos, que em 2002 se estreou no Aquilo Teatro pela mão de Américo Rodrigues. A audição da altura levou-o ao palco com a peça “O Bestiário” e abriu-lhe as portas do mundo artístico, que nunca mais se fecharam.

O guardense enveredou pela dança contemporânea, tendo por base o clássico, o que lhe possibilitou «melhor amplitude de movimento e maior rigor na postura», adianta o bailarino. A formação passou depois pela Companhia Paulo Ribeiro (Viseu) e pelo Balleteatro (Porto): «Em Viseu apercebi-me de que queria aprofundar mais a dança, pois o meu corpo tinha e tem necessidade de se conhecer a si próprio», acrescenta. «Era a minha companheira de vida, Paula Nelas, para quem a dança era uma paixão, que me dava essa força para ir sempre em frente», sublinha Bruno. O “bichinho” cresceu e tornou-se profissão, numa altura em que o bailarino se dividia por trabalhos diferentes: «A dança levava-me para além de mim, sinto que tenho um corpo abençoado pelo movimento e, para mim, a dança é tão necessária quanto respirar», evidencia.

Todavia, não é só no contemporâneo que Bruno Brazete se sente em “casa”, mas nas diversas formas que a dança e o seu corpo assumem. Assim, no final do curso no Porto, fez um estágio em Paris, onde acabou por ficar, colaborando com companhias e participando em peças. Bruno Brazete tem vindo a integrar vários projetos com pessoas com deficiência, que o motivam pela «simplicidade do ser» e pela relevância do que sentem: «Hoje é para mim o mais importante», confessa. Na Guarda já contactou com o talento que a cidade tem para oferecer, nomeadamente através dos workshops que lecionou, e não tem dúvidas: «A Guarda está cheia de talentos, muitas vezes escondidos, bem como criadores excecionais», garante.

Contudo, não é «imperativo» que o futuro passe por terras guardenses ou mesmo nacionais. «O futuro está em todas as partes do mundo», afirma o jovem, quer «trabalhar sem parar» e continuar a ser «quem sou», pois a ambição e a humildade caminham lado a lado.

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Sara Quelhas O guardense vive atualmente em Paris

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