As bibliotecas das associações culturais vão ser dinamizadas, a partir de 2007, pela Delegação Regional de Cultura do Centro (DRCC) com o objectivo de se desenvolver uma rede articulada com as bibliotecas nacionais, escolares e outros centros de leitura pública. Esta é uma das intenções do Projecto CLAC – A Cultura d’O Livro nas Associações Culturais, lançado no último domingo, Dia Mundial do Livro, na Biblioteca Municipal da Covilhã.
A ideia passa por formar os responsáveis das associações, mas também por qualificar os seus espaços bibliotecários, dotando-os de meios técnicos e de livros. Neste aspecto, a DRCC possui já «milhares de livros» para distribuir às interessadas, resultante de uma candidatura à Biblioteca Nacional. Com o CLAC, pretende-se relançar uma nova dinâmica em torno da leitura e do livro e, ao mesmo tempo, valorizar o espólio bibliográfico existente nas colectividades, destacou António Pedro Pita, director regional. O projecto contribuirá ainda para diversificar as suas iniciativas, permitindo-lhes explorar outro tipo de animação e dinamização cultural «que até agora era inexistente», ressalva Clarinda Moutinho, técnica da delegação regional, exemplificando com actividades para crianças, como “A Hora do Conto”. A aproximação à comunidade é outro dos pressupostos deste projecto, de forma a possibilitar a cultura e o acesso à informação a um maior número de pessoas. Até porque as bibliotecas mais próximas de algumas das freguesias da região Centro estão distantes, caso de Bogas de Baixo, no concelho do Fundão, cuja estrutura sócio-cultural mais próxima se encontra a 45 quilómetros.
O CLAC – que conta com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas – vai ao encontro dos objectivos da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), lançada em 1987 para criar infraestruturas sócio-culturais próximas da população. Para já, foram contactadas 50 associações na região Centro para responderem a um inquérito sobre as condições de que dispõem. O distrito de Castelo Branco foi o que registou mais interessadas – num total de duas dezenas -, sendo que a grande maioria (13) estão sediadas no concelho da Covilhã. Mas, por enquanto, apenas a Filarmónica Recreativa Carvalhense manifestou interesse em acolher o projecto. Pelo menos foi a única que esteve na apresentação do CLAC, o que lhe valeu já a entrega de 600 livros. Brevemente, o projecto vai ser apresentado na Guarda.
Liliana Correia