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A criança, a culinária e a matemática

Todos sabemos que a criança de hoje na idade escolar domina o teclado do computador tão bem ou melhor que Chopin no teclado do seu piano à procura da mistura de sons agradáveis ao seu ouvido.

Já nem se ouve falar nos jogos extra possíveis de comprar pelos pais, assim como o vestuário que exigem de marca.

Mas se a essa criança lhe perguntarmos o que é um decilitro, ou se sabe interpretar a escala de uma balança, ou dois e três quanto é. Ela é capaz de se “engasgar” de tão reais e elementares perguntas. Por isso há que lhe preparar o “laboratório”, cozinha de sua casa. Para no fim-de-semana em alegre camaradagem entre pais e filhos, confeccionarem um petisco saudável para a família.

Mas, cuidado! Com o lume, a água a ferver, e os dedos não desejados fritos.

Além de dar um descanso mental à criança das lides e obrigações durante a semana, dá-lhe a alegria de fazer algo que pode comer e descobrir outras maravilhas que se fazem nesse “laboratório” caseiro.

Tudo isso é possível, quando os pais no fim-de-semana lhe devem dedicar toda e merecedora atenção, muitas vezes ausentes durante os dias de trabalho.

Poucos livros se encontram por aí a falar de matemática. Mas a falar de culinária são às centenas, dando a ideia de que a culinária é difícil mas não é. Basta só ter paladar para misturar doses certas, como Chopin misturava as notas musicais.

Com a matemática é a mesma coisa. São apenas onze algarismos, que se misturam para obter a resposta a muitas dúvidas. Dar à criança o prazer de calcular (apenas com papel e lápis) uma receita já previamente ensaiada para dividi-la ou multiplicando os seus ingredientes para ter a noção das quantidades e tamanhos, assim como a superfície de um tabuleiro que vai ao forno.

Dar-lhe o prazer de amassar com as suas mãos alimentos que ele pode comer. Explicar-lhe o mal dos excessos de gorduras, açúcar e sal e a razão porque temos de nos alimentar.

Se possível como foram feitos os produtos que estão a confeccionar e por onde passaram até chegar às suas mãos.

E assim pouco a pouco semanalmente vai adquirindo conhecimentos concretos e reais, juntamente com os pais e, melhor ainda, se tiver avós.

António do Nascimento, Guarda

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