«A Covilhã é uma cidade em que vale a pena viver»

«A Covilhã é a prova inequívoca de que, se tivermos visão de futuro e a arte de tomar as decisões certas, é possível conciliar um passado ilustre e um futuro promissor». O Presidente da República foi o convidado de honra da comemoração dos 140 anos de elevação da Covilhã a cidade, na passada quarta-feira, tendo sido agraciado com as Chaves e a Medalha de Ouro do município.

Cavaco Silva foi recebido por uma multidão no Pelourinho e o salão nobre dos Paços do Concelho foi pequeno para acolher todos os que quiseram assistir à cerimónia. O chefe de Estado agradeceu as distinções e considerou que a Covilhã «é, sem dúvida, uma cidade em que vale a pena viver», porque «graças às novas vias de comunicação, ao dinamismo dos covilhanenses e à presença dos estudantes, é uma cidade moderna, orgulhosa do seu passado mas esperançosa quanto ao seu futuro». E concluiu: «Apesar de perfazer 140 anos, é uma cidade que não teme o amanhã». O Presidente da República defendeu que «a aposta na qualidade de vida das populações, feita no quadro das cidades de média dimensão, é um elemento decisivo para captar jovens dinâmicos, activos e empreendedores», recordando que «alguns inquéritos mostraram que a Covilhã é das cidades portuguesas com melhor qualidade de vida». Por isso, «mostraram o acerto das opções tomadas, revelando que esta cidade se encontra no rumo do futuro».

Cavaco Silva sustentou ainda que «não faltam méritos a esta cidade, tanto no passado como nos dias de hoje», sendo que a presença da Universidade e dos estudantes faz da Covilhã «uma cidade de futuro e de conhecimento», além de que «as inúmeras potencialidades naturais e humanas que aqui existem estão a ser aproveitadas». Antes, tinha ouvido o presidente da autarquia mostrar a sua «satisfação» pela recandidatura de Cavaco a Presidente da República, reconhecendo-lhe «a experiência, tranquilidade e determinação política» que, na sua opinião, constituem «valores insubstituíveis na condução do país». Carlos Pinto elencou depois um conjunto de «decisões fundamentais» que Cavaco Silva tomou enquanto primeiro-ministro «para bem da Covilhã», como a construção do Eixo TCT, do novo hospital, da Central de Camionagem ou a abertura de concursos para o túnel da Gardunha e para o primeiro troço da A23.

E sustentou que a atenção do PR «para com a Beira, que sempre concepcionou como eixo de desenvolvimento integrado, abrangendo também as cidades vizinhas, teve expressão não apenas pelo pensamento, mas por decisões que hoje se manifestam com a certeza de que sem esse trabalho de opção pelo interior, estaríamos muito pior». É por esta razão que «ao celebrarmos os 140 anos não esquecemos os que nos ajudaram, com decisões, enquanto governantes, que desbloquearam barreiras e permitiram resolver problemas fundamentais para o desenvolvimento da Covilhã e da região», justificou Carlos Pinto, para quem Cavaco «ainda hoje, nas mais altas funções de Estado, tem palavras que não iludem o profundo sentimento de apoio à Covilhã».

O autarca salientou que a cidade «oferece hoje um quadro de qualidade em infraestruturas capaz de acolher e aproveitar as oportunidades de crescimento, que o futuro lhe ofereça», lançando críticas à «excessiva dependência» de Lisboa. «Se há programa a que o país e a administração devem dedicar a sua atenção é o da mobilização para a criação de actividades económicas e empresas», prosseguiu, deixando mais uma crítica acerca desta temática: «Não se compreende como Portugal prossegue com laxismo e quase indiferença a aplicação de fundos comunitários que podiam ajudar à redução da crise económica em que nos encontramos. É mistério inaudito, a que não consigo responder», ironizou Carlos Pinto.

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