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A Convocatória

Está feita. Afinal Scolari não se deixou influenciar por pressões e escolheu os jogadores que no seu entender serão a melhor equipa para Portugal. Moreira em vez de Baía e Maniche por fim chamado à Selecção. O resto, são pormenores de acerto, que em pouco diferem das ideias já conhecidas.

A escolha parece ser feliz. Alia juventude e experiência e, sobretudo, é coerente com as posições assumidas. “Olhando” para o conjunto de jogadores escolhidos ressalta o equilíbrio conseguido e a versatilidade que as opções permitem. Há jogadores com força e jogadores de técnica apurada. Nos diferentes sectores, defensivo, intermédio e ofensivo, existem alternativas suficientes para permitirem estratégias de jogo, quer atrevidas, quer cautelosas. Há jogadores criativos, como Simão, Rui Costa, Figo, Deco e Cristiano Ronaldo. Há jogadores tipicamente operários, como Costinha, Maniche, Petit e Tiago. A espinha dorsal da selecção é bem definida pelo eixo Fernando Couto, Rui Costa e Pauleta. Depois ainda há os “ases”: Figo, o maior, mas também Deco e Simão. A provar que a juventude tem valor e a continuidade está em preparação aí estão Jorge Andrade, Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga. Mesmo em posições em que os jogadores dão menos nas vistas, mas que são igualmente importantes, temos jogadores com provas dadas e com rotina dos lugares. Na direita, Paulo Ferreira e Miguel, na esquerda, Rui Jorge e Nuno Valente. Sempre dois jogadores para cada posição.

Agora vai ser importante o trabalho que o grupo fará antes de entrar em acção. Vai ser necessário criar bom espírito de grupo, e aí os mais velhos como Figo, Rui Costa e Fernando Couto vão ser importantes por serem os mais experientes e aqueles que podem dar o exemplo aos restantes. O grupo de Portugal, assim como todos os outros, não é pêra doce. Vamos disputar o apuramento com a Grécia, a Espanha e a Rússia, selecções sempre difíceis.

A convocatória agora feita por Scolari não nos dando a passagem automática à fase seguinte, como é bom sempre recordar, dá-nos no entanto a garantia de uma certa segurança, de sabermos que no seio da equipa há opções efectivas que podem ajudar a ultrapassar dificuldades. É certo que não são os nomes e as individualidades que fazem uma equipa. Para se jogar bem (habitualmente o melhor caminho para a vitória) é necessário que os jogadores tenham uma ideia de conjunto, que se harmonizem as funções de cada um para fazer do colectivo mais do que a soma das partes.

Os jogos de preparação foram poucos e cheios de peripécias. Tal facto não ajudou a definir com precisão a dinâmica de jogo da equipa. Houve demasiadas substituições, demasiados jogadores com jogos importantes nos seus clubes para se empenharem a fundo nas tarefas que a Selecção lhes exigia.

Agora, dia 12 de Junho já não vai ser a feijões. Mas a esperança e a confiança nas possibilidades, essa, graças à boa convocatória de Scolari parece ter renascido. Bom trabalho, rapazes.

Por: Fernando Badana

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