Quem passa por Trancoso durante o mês de Agosto não fica indiferente ao movimento de pessoas e ao trânsito que agitam as ruas. Tudo por causa da Feira de São Bartolomeu, o grande pólo de atracção da cidade nesta altura, que está visivelmente transfigurada num grande centro comercial.
Para Carla Santos, residente de Trancoso, o pavilhão e as tasquinhas são o ponto forte deste ano. «O facto de haver restaurantes que representam outras regiões do país é um aspecto muito positivo», refere, considerando que «a comida típica é um bom motivo para vir à feira». Já o cartaz dos espectáculos deveria ser «mais diversificado e apresentar bandas que ainda não actuaram na cidade», acrescenta. Quanto ao pavilhão, esta visitante gostaria que houvesse «mais expositores de fumeiros», desafiando os organizadores a encontrarem «mais novidades» para a próxima edição. Há também quem visite o evento para fazer companhia aos amigos, como Marco Santos, residente na Guarda, que atribui ao «reduzido poder de compra» o facto de haver menos visitantes. No entanto, reconhece que esta é a feira «mais importante da região, sendo a única com esta envergadura», elogiando a «boa organização das tasquinhas e os concertos agendados para esta edição». Quem veio ver «o que se passa» é Alberto dos Santos. De regresso à Feira de São Bartolomeu 10 anos depois da última visita, este trancosense notou «muitas diferenças», nomeadamente o facto do recinto ser agora fechado.
Para este visitante, a atractividade do certame passa essencialmente pelos concertos: «Penso vir todos os dias por causa do meu filho», garante, embora critique o sistema de ingressos no recinto. «Fui obrigado a pagar a entrada duas vezes, porque tive que sair do recinto e regressar», explica. De Castelo Branco veio Cesaltina Nascimento para «ver as novidades» enquanto desfruta de uns dias de férias em Trancoso. Diz preferir os stands de artesanato, localizados perto do Pavilhão Multiusos, porém, também gosta de ver «um pouco dos concertos». Mas, no geral, considera o evento «muito giro». Quantos aos expositores, a empresa Higilíquidos tem realizado «bastantes contactos», afirma Artur Bernardo, que constatou não ter havido muitos visitantes no primeiro dia «Mas o domingo foi excelente», contrapõe. O principal motivo desta participação é a promoção da empresa, e nesta perspectiva, o responsável considera que a feira está «a correr bem». «O cartaz dos espectáculos foi um grande incentivo para vir a Trancoso, pois achámos que o programa irá chamar muitas pessoas», explica, adiantando que «só a longo prazo poderemos recolher os frutos dos contactos realizados na feira».
Carlos Coelho, comerciante de móveis de Paços de Ferreira, partilha a mesma opinião, afirmando já ter feito alguns contactos através dos quais espera conquistar novos clientes dentro de algum tempo. Contudo, considera que «o mercado está um pouco em baixo, as pessoas vêm para passear e não para comprar», lamenta. O empresário acrescenta que os clientes esperam por «preços mais reduzidos nos últimos dias da feira». A Óptica do Pelourinho também marca presença na mostra deste ano, e segundo a empresária Ana Veríssimo, «a promoção da empresa está a correr bem», até porque a Feira está «melhor organizada». Por isso, diz ter «uma perspectiva positiva» do evento.
