Um emigrante, natural do concelho de Celorico da Beira, oferece 500 euros a quem tiver informações sobre o paradeiro de uma palmeira (com cerca de 50 anos) que foi roubada da sua propriedade, na freguesia de Açores, no início deste mês. Pompeu Gonçalves, a viver actualmente em França, veio de propósito a Portugal para tentar recuperar a árvore desaparecida.
«Para mim, a palmeira tem muito valor, eu ofereço 500 euros à pessoa que me indicar ou tiver alguma informação sobre o seu paradeiro», disse a O INTERIOR. A sua propriedade situa-se junto ao futuro Itinerário Principal 2 (IP2), cujo troço em construção ligará Celorico a Macedo de Cavaleiros. Nas últimas semanas, «têm estado por ali vários trabalhadores da empresa [responsável pela construção da estrada] a acabar uma rotunda perto da minha quinta e alguém há-de ter visto alguma coisa», sugere. As pistas sobre o paradeiro da palmeira não existem, restam as suposições. Pompeu Gonçalves não consegue perceber o motivo por detrás do roubo da árvore. «Tanto tempo que a palmeira ali esteve e ninguém se interessou. Porquê agora?», interroga-se, avançado com uma suposição: «Só posso pensar que foi porque anda por ali mais gente por causa das obras», diz. No meio das dúvidas, Pompeu Gonçalves não deixa de ter uma certeza: «Quem roubou tem que ter uma carrinha de pelo menos 3.500 quilos porque só assim a conseguiriam arrancar e transportar», alega.
Contudo, o roubo da palmeira não correu bem “à primeira”. «Tentaram arrancá-la de frente, mas não devem ter conseguido, por isso, tiraram-na de lado e acabaram por partir o muro», explica. A propriedade é sua há 17 anos, embora não a visite com frequência. Vem a Portugal apenas uma vez por ano, durante as férias. A notícia do desaparecimento da palmeira chegou através de um familiar, que deu por falta da árvore apenas no início da semana passada. Pompeu Gonçalves rumou de imediato a Portugal assim que soube do sucedido. Chegou na passada quinta-feira e partiu para França no sábado. No pouco tempo que esteve no país, correu a Guarda com o intuito de divulgar a história e recuperar a palmeira. Nem o facto de conhecer mal a cidade o demoveu. Também participou o furto na GNR, à qual cabe agora investigar o desaparecimento da árvore.
«Disseram-me que iam contactar a empresa responsável pelas obras do novo troço do IP2 para saber se viram alguma coisa ou se têm alguma informação sobre onde poderá estar», referiu o emigrante. A palmeira (a primeira na fotografia) terá sido roubada a 4 de Novembro, acrescenta Pompeu Gonçalves, segundo o qual a árvore ainda «vale algum dinheiro». Não sabe é quanto: «Talvez valha entre três a quatro mil euros», estima, dizendo desconhecer por que a levaram, pois «até é uma árvore que nem toda a gente gosta», considera. Com tanta persistência, o emigrante espera não só recuperar a sua palmeira, mas também não deixar «passar em claro este roubo» e os estragos causados na sua propriedade.
Catarina Pinto