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4 PAREDES

Era uma vez… (é como começam todos os contos de fadas) uma menina normal, que ia a uma escola normal e que, por acaso, acontece que está no último ano do secundário. Como todas as meninas normais que se prezem, tem um chamado “baile de finalistas”, onde todas se transformam (com a ajuda da magia das fadas), em graciosas princesas.

Agora vamos pensar na realidade, onde os contos de fadas e a magia não existem, embora as princesas sim, nem que seja por uma noite, graças a um grande esforço e disponibilidade económica por parte dos pais, que até podem não ser Reis e Rainhas, mas que lá fazem a vontade, porque “é tradição”.

Já lá vão os dias em que uma pessoa, para se sentir realizada, tinha de lutar por aquilo que realmente queria. A vitória tem um sabor diferente (pelo menos para mim) quando sabemos que para atingir os nossos objectivos temos de sofrer um pouco. A felicidade vem da realização e a realização vem da luta individual para alcançar os objectivos que traçamos. Ou não? E nós não lutamos por nada; a verdade é que é tão (mais) fácil simplesmente pedir… Mas será que nos sentimos satisfeitos de igual forma? É que o facto de ser mais fácil não se relaciona directamente com a probabilidade maior de se almejar uma felicidade mais duradoura.

Não estou a dizer que os pais não devem contribuir para que possamos ter o nosso baile… Pelo contrário. Só estou a pedir, àqueles que o não fazem, que pensem um bocadinho e que compreendam que, para nós podermos interpretar o papel de princesas, ainda que por uma noite, alguém tem de fazer o papel de fada… Com a magia do sacrifício escondido em sorrisos de condescendência, tanto mais rasgados quanto maior for o custo a camuflar.

Por Diana Margarido (12º A)

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