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2018 a brilhar mais alto!

Após o inevitável balanço introspetivo que se impõe no findar do ano, eis que, entrados em 2018, surgem as esperanças renovadas, os desejos mais profundos para a nossa vida pessoal, profissional, para o país e para mundo. Deixando de parte os clichés de “Paz no Mundo”, “Saúde para Todos”, “Amor”, “Dinheiro”…, e admitindo que 2018 não é, necessariamente, um recomeço. Antes sim, a continuidade de um ano 2017 que não foi especialmente, e de uma forma geral, bom para o nosso país, deixando feridas por sarar e cicatrizes que se hão-de perpetuar na história das nossas gentes, em que acontecimentos mais positivos não tiveram a supra capacidade de colmatar os negativos, mas ainda assim tiveram, certamente, algum que outro efeito balsâmico para os amenizar.

Desde o interior de Portugal, as expectativas para este novo ano assumem-se com mais vigor. Oxalá 2018 traga a atitude, a ação e o “radicalismo” tão necessários para unir esforços e despertar para medidas efetivamente capazes de contrariar, no tempo e no espaço, as tendências e os problemas estruturais do país, que recaem dolorosamente sobre a nossa região.

Ao nível da gestão do espaço regional é de todo importante clamar por uma estratégia de INTELIGÊNCIA coletiva e que nela caibam os alicerces de uma definitiva e eficiente cooperação em prol da coesão territorial. Atendendo à nossa localização geográfica, porque não orientar os esforços para uma estratégia mais concertada e vigorosa de cooperação ibérica e transfronteiriça?

Em 2018, que se consolidem os fantásticos resultados do sector do Turismo nacional de 2017, e que o eventual efeito “transbordamento” de turistas e visitantes de Lisboa, Porto e Algarve seja encaminhado para o nosso território, impregnado de alma, de história e de um imenso património, onde o Ano Europeu para o Património Cultural pode aqui encontrar o melhor palco para o nosso país brilhar.

Conforta-me acreditar que os 365 dias de 2018 se podem assumir como um fôlego que venha a devolver a justiça, a igualdade e a integração de todos os portugueses no projeto de desenvolvimento de âmbito nacional. Porém, os já propagados aumentos dos bens e dos impostos, entre outras coisas, estão cá para assombrar qualquer expectativa mais confortável. Pois então que 2018 traga doses redobradas de otimismo para acreditar que o «amanhã será sempre melhor».

Entretanto, os acontecimentos à escala mundial reservam-me o direito de renovar as esperanças na Humanidade, nos homens e nas mulheres, que não deixem que a megalomania parasita, a violência e a agressividade mais ácida condenem ou condicionem a vontade do bem imperar sobre o mal.

E não, não quero mesmo que este novo ano seja marcado pelo marasmo, pela inoperância e pela injustiça.

Aproveitando também o adágio de António Machado, que banha de luz os momentos mais sombrios – «Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar» –, deixo votos de que em 2018 a Guarda, a mais alta de Portugal, prossiga o seu caminho de afirmação e que este trilho acautele as marcas de uma cidade que renasce a cada contrariedade, e que brilha alto perante os mais exigentes desafios.

Dulcineia Catarina Moura*

* Economista

Sobre o autor

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