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2013, ano de inaugurações e de projetos adiados

Algumas das obras mais faladas da região devem ser concluídas no novo ano, mas muitas continuam sem solução à vista

Chegados a 2013, os guardenses “sonhavam” ter já o novo quartel da GNR, um centro comercial na zona do mercado municipal e um hotel-escola prestes a ser inaugurado no antigo Hotel Turismo. Mas estas obras não vão sair do papel. Já na Covilhã, o novo ano promete um ponto final nas obras da Estrada do Ferro e da Pousada da Serra da Estrela, há muito esperadas por locais e visitantes.

Nos últimos anos, O INTERIOR noticiou os avanços e recuos de várias empreitadas da região mas, na mudança para 2013, são muitos os atrasos e outras tantas as promessas que ficaram por cumprir. É o caso do quartel da GNR da Guarda, uma obra adiada há mais de 20 anos, que em junho deste ano voltou à “estaca zero”. Em 2008, Rui Sá Gomes, então secretário de Estado da Administração Interna, apontava «o início de 2009» como a data em que seria lançada a primeira pedra, prevendo o fim da construção para dezembro do ano seguinte – estimativa posteriormente adiada mais um ano. Contudo, o quartel está ainda por começar e são esperadas novidades, já que em outubro último Joaquim Valente anunciou que o Ministério da Administração Interna (MAI) tinha enviado «técnicos de modo a que se possa desenvolver um novo projeto para a Guarda», após a desistência do que estava estabelecido para a zona do parque industrial devido a restrições orçamentais.

Também o mercado municipal não sofreu alterações, visto que o ambicioso “Guarda Shopping Center” foi chumbado pelo Tribunal de Contas. Em 2008, depois de um atraso de cerca de dois anos, os promotores vaticinavam o início da construção para setembro, esperando abrir as portas dois anos mais tarde. O centro comercial foi anunciado como «o maior empreendimento imobiliário do género da região Centro», mas não passou da apresentação. Atualmente, são os comerciantes do mercado a pedir a requalificação do espaço, abrangida no Orçamento para 2013. Já o Hotel Turismo da Guarda, vendido em 2010 pela Câmara ao Turismo de Portugal, deveria reabrir em 2013 como a primeira escola de hotelaria especializada em saúde e bem-estar.

Luís Patrão, presidente da entidade em 2011, falava num projeto com capacidade para acolher «entre 200 a 250 alunos», a ser estreado no próximo ano letivo (2013/2014). Porém, como O INTERIOR anunciou em primeira mão em outubro, o antigo Hotel Turismo vai ser vendido, esperando-se propostas de quem lhe queira dar um novo rumo. Por sua vez, a Adecco cumpriu a promessa feita em 2009 e, no ano seguinte, nascia o Centro de Suporte a Clientes e Negócios com 25 funcionários no parque municipal da Guarda. «O número poderá triplicar até ao verão. A nossa garantida é que conseguiremos criar os 250 empregos num horizonte temporal de dois anos, isto numa perspetiva cautelosa», anunciava Pedro Canôa, diretor geral da Adecco, em fevereiro de 2010. Porém, em vez de se aproximar desse objetivo, o “call center” seguiu o percurso inverso e, oito meses mais tarde, tinha menos de 20 empregados. Estes foram dispensados em maio último, quando o projeto foi desativado devido à perda do seu principal cliente, um operador de serviço de televisão por satélite.

Também o novo hospital da cidade é um “sonho” antigo, que em 2009 pareceu mais perto do que nunca. A primeira fase, iniciada em junho desse ano, tinha conclusão prevista para 2011, 22 meses após o início da empreitada. No entanto, uma sucessão de interrupções por atrasos no pagamento condicionou a conclusão do novo pavilhão e, por conseguinte, o arranque da segunda fase. Três anos volvidos, espera-se que em 2013 o novo edifício abra finalmente – está previsto ser entregue em fevereiro –, segundo adiantou Paulo Macedo, ministro da Saúde. Já a regeneração urbana, entre dúvidas e atrasos, deverá ser concluída no próximo ano, a tempo das autárquicas, com a finalização do “Arco Comercial”. As perspetivas iniciais estimavam o final das obras em 2011, mas alterações no projeto e nas ambições adiaram a sua conclusão.

Pousada da Serra da Estrela pronta

Também na Covilhã há duas obras perto do fim, depois de décadas de espera e desespero. Uma delas é a Estrada do Ferro, principal via de ligação entre a Covilhã e a freguesia do Ferro, cuja requalificação é desejada há mais de duas décadas. No seguimento de várias queixas motivadas pelos acidentes constantes naquele traçado da estrada municipal 18, o projeto foi delineado em 2005, mas as obras só começaram em meados de 2009. As estimativas mais recentes garantem que a estrada estará pronta no próximo ano, tal como acontece com a Pousada da Serra da Estrela. É essa a informação contida na página oficial das Pousadas de Portugal, ao fim de uma “novela” com mais de uma década de história. Em 2011, o presidente da Turismo Serra da Estrela, Jorge Patrão, lembrava «uma vontade demonstrada pelo Turismo de Portugal e Enatur em concretizar uma obra há dez anos adiada» e da qual a TSE «nunca desistiu de lutar». A Pousada contará com 95 quartos, sendo um projeto da responsabilidade do arquiteto Eduardo Souto Moura.

Todavia, naquele que promete ser um ano de inaugurações, uma das mais esperadas por guardenses e covilhanenses não vai acontecer. Isto porque a Linha da Beira Baixa, que liga a Guarda e a Covilhã, não vai ser aberta, segundo o último Diretório de Rede da REFER. Na altura do fecho, em fevereiro de 2009, Luís Filipe Pardal adiantou que as obras deveriam ser terminadas no segundo semestre do último ano. Tal não aconteceu e, em março último, a CP suprimiu o transporte rodoviário alternativo que ligava as duas cidades desde o fecho do troço, cumprindo os horários antes definidos para os comboios.

Sara Quelhas O Quiosque da Ti Jaquina foi uma das “vítimas” das obras de regeneração da Guarda

Comentários dos nossos leitores
Catalino josé_catalino_stal@hotmail.com
Comentário:
Esta notícia poderia ser dada no 1º dia de abril, mas mesmo que fosse assim infelizmente ela seria real! Esta situação só vem provar que, especialmente na Guarda, estão a ser governados ao longo de muitos anos por um conjunto de pessoas que nos têm habituado a muitas promessas e a uma mão cheia de nada. Esta é a nossa realidade, esta é a realidade dos nossos Governantes Locais com a conivência do maior partido da oposição. Mas na verdade não será isto que os guardenses merecem? É chegada a altura da rutura com esta política local de inercia, mentira e incompetência. Eu quero uma cidade viva, moderna, desenvolvida e com capacidade atrativa para quem vem de fora, seja nos negócios ou no turismo! Eu quero uma cidade que aposte no comércio local, na indústria, nos serviços e seja definitivamente atrativa para novos investimentos. COM ESTES E OUTROS QUE JÁ SE PERFILAM NÃO VAMOS LÁ… VIVA A GUARDA!
 

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