Arquivo

2004 (1ª parte)

Corta!

Nesta e na próxima semana o Corta! faz o balanço dos filmes que considerou mais interessantes no ano que agora termina. Dos vinte escolhidos, esta semana vamos falar daqueles que ficaram na segunda metade da tabela.

11. A Minha Vida Sem Mim de Isabel Coixet

12. Wanda de Barbara Loden

13. Brown Bunny de Vincent Gallo

14. Os Friedmans de Andrew Jarecki

15. Japòn de Carlos Reygadas

16. Regresso de Andreï Zviaguintsev

17. Colateral de Michael Mann

18. American Splendor de Shari Springer Berman e Robert Pulcini

19. Diários de Che Guevara de Walter Salles

20. Levity – Redenção de Ed Solomon

Destes dez filmes destaque para dois dos visualmente mais belos filmes do ano. Em Japòn descobrimos uma América do Sul retirada sem artifícios das suas mais profundas entranhas. O outro, a fazer lembrar o legado deixado por Tarkovski, é a obra de estreia de Andreï Zviaguintsev. Com uma realização e fotografia à beira da perfeição, Regresso não poderia deixar de figurar na lista deste ano do Corta!.

Passa por estes dez filmes uma forte componente documental. De Diários de Che Guevara, a American Splendor, e o único realmente assumido como tal Os Friedman, o cinema documental ou algum contágio feito por este género na ficção, marca pontos nos melhores filmes deste ano.

O cinema quase caseiro aparece também por aqui. Se Wanda, de Barbara Loden, feito com os meios mínimos indispensáveis à concretização de um filme, chega às salas portuguesas com mais de 30 anos de atraso, já Brown Bunny, do infant terrible Vincent Gallo, surge ainda na ressaca da sua polémica passagem por Cannes, onde foi apelidado de tudo o que de pior os seus detractores se lembraram. O artista aguentou com dificuldade as criticas e capitulou perante elas, refugiando-se para remontar o seu filme. O que chegou até nós já pouco ou nada será daquilo que tão castigado foi no mais conceituado festival de cinema europeu, mas, como já acontecia com o seu magnifico filme de estreia, Buffalo ’66, anda por ali um grito murmurado de genialidade que ainda consegue chegar a alguns.

Do cinema americano, ainda duas presenças, provenientes de pólos opostos. Em Colateral Michael Mann assina o mais estimulante thriller do ano, e Ed Solomon, que até ao momento não tinha feito nada que merecesse realce, assina em Levity – Redenção, a mais agradável surpresa do cinema mais indie proveniente das terras do Tio Sam, ainda para mais num ano onde tal cinema tanto ofereceu, mas quase sempre desiludindo.

Para a semana é tempo dos dez melhores do Corta! serem desvendados. Pode-se desde já adiantar que os americanos dominam, mas contando com a presença de dois filmes portugueses nos principais lugares. Quem queira partilhar as suas opiniões, o e-mail é o do costume.

Por: Hugo Sousa

cinecorta@hotmail.com

Sobre o autor

Leave a Reply