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20 anos de Konflito Social no TMG

Banda guardense de punk-hardcore revisita a carreira e a irreverência esta noite no café-concerto

Os guardenses Konflito Social comemoram 20 de carreira com um concerto no TMG esta noite em que vão interpretar 20 músicas originais, numa «antologia o mais cronológica possível», adianta Mauro Rodrigues (aka Maurix), um dos elementos.

Do repertório escolhido para o café-concerto (22 horas, entrada livre) constam temas gravados e «umas duas ou três músicas só registadas ao vivo e outra do início, do tempo dos Rotten Skulls», desvenda o guitarrista. Vinte anos depois, o músico recorda que os Konflito Social eram uma banda de punk-hardcore «muito ativa» no final dos anos 90 do século passado e «muito importante» para o movimento musical “underground” regional e nacional. «Criou-se um espaço alternativo, não só musical mas de ideias, intercâmbios, etc., que foi muito importante para a nossa geração e as seguintes, e também para a cidade», admite Maurix a O INTERIOR. Passados estes anos, o nome do grupo e as letras das suas músicas «ainda estão atualizadas», considera.

Mas a carreira não tem sido fácil: «Só graças a escolhas pessoais muito difíceis é que o grupo tem resistido. A maior parte das vezes sempre gastámos mais com a banda do que ganhámos», revela Maurix, que cita Nietzsche para justificar a persistência dizendo que «sem música, a vida seria um erro». Para celebrar a efeméride, o grupo têm dois concertos a confirmar em Espanha e alguns em “stand-by” em Portugal. «Depois vamos começar a preparar um novo álbum, internacionalizar a banda e planear uma digressão europeia», anuncia o guitarrista. Para tal, procura-se uma editora independente. O ponto de partida foi a banda de garagem Rotten Skulls, formada na Guarda em 1996 por Mauro Rodrigues (aka Maurix) na guitarra e voz, Carlos Laginhas (aka Soneca) na guitarra, Hugo Martins no baixo e Hugo Dantas (aka Anarka e Hugo “Ramone”) na bateria. Privilegiando as letras em português, os Konflito Social tornaram-se uma das bandas mais ativas do movimento punk-hardcore da Beira Interior no final do século passado.

Editara, uma maqueta, sem título, no Verão de 1997, e o CD “Igualdade!??” (1998), gravado em Sacavém com o apoio da Câmara da Guarda. A formação foi mudando ao longo dos anos e em 1999 tocou no primeiro Festival da Libertação da Guarda. Nesse ano duas das suas músicas foram escolhidas para a compilação de bandas luso-brasileiras “A Nossa Luta” e em dezembro de 2000 o tema “Está tudo mal” foi incluído na compilação “Raialab”. Depois o grupo “hibernou” e só voltou a reunir-se em dezembro de 2015 para um concerto num bar da Guarda e editar o CD “Até que enfim!”, gravado apenas por Maurix e Hugo “Ramone” em junho desse ano. Já em 2016 o baixista Gouveia (aka Gouvzya) juntou-se a Maurix e Hugo “Ramone” para a digressão dos 20 anos.

Os Konflito Social são hoje Maurix, Gouvzya e Hugo “Ramone”

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