Política

Sérgio Costa acusa Chaves Monteiro de «eleitoralismo» ao distribuir apoios a três meses das autárquicas

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Escrito por Jornal O INTERIOR

Vereador independente da Câmara da Guarda receia tratar-se de uma «tentativa de condicionamento e convencimento eleitoral»

A Câmara da Guarda atribuiu apoios financeiros a instituições e coletividades, da ordem dos 300 mil euros, nas últimas semanas, o que levou o vereador independente Sérgio Costa a acusar a maioria liderada por Carlos Chaves Monteiro de eleitoralismo.
Em causa estão 40 mil euros concedidos ao Guarda Unida para a realização de provas motorizadas, 104 mil para a conclusão das obras do campo de futebol do Vila Cortês do Mondego, outros 104 mil euros para associações de índole social como a Associação de Solidariedade de Avelãs da Ribeira e a Liga de Melhoramentos da Arrifana, bem como 47 mil euros para outras associações, entre as quais a Associação Académica. Na última reunião do executivo, realizada no passado dia 22, Sérgio Costa criticou a «tardia» concessão destes apoios e o facto de ocorrer neste período pré-eleitoral. «Todos esperamos que estas verbas não sejam apenas para a conquista eleitoral em cada um dos locais em causa, nem que sirvam para uma qualquer tentativa de condicionamento eleitoral em cada uma das associações ou freguesias, contribuindo à custa dos dinheiros públicos, para o convencimento final de apoios eleitorais. Em política não pode valer tudo», disse o vereador.
Na resposta, o presidente da Câmara afirmou que o executivo que lidera por está «a fazer aquilo que sempre fez, porque é focado nas instituições e associações, nas suas necessidades, e para as quais dirigimos os nossos atos e as nossas decisões». Chaves Monteiro aproveitou para criticar a posição do antigo eleito do PSD ao explicar o apoio atribuído para terminar as obras do campo do Vila Cortês: «Estamos a acabar uma obra que é estratégica do ponto de vista desportivo e que já se arrasta há dois ou três anos. Há seis meses o mesmo vereador que agora critica dizia que a obra estava atrasada», declarou. Já relativamente ao apoio à Associação Académica da Guarda, o edil garantiu tratar-se do mesmo financiamento concedido todos os anos pela autarquia e por isso não entende o «eleitoralismo» apontado.
«O valor essencial aqui é fazer com que este evento [a Bênção das Pastas] continue a ser motivador e representativo do movimento estudantil e das famílias que se reúnem na Guarda neste período», rematou Chaves Monteiro. O autarca disse também que o município «sempre apoiou» as IPSS. «Por isso é que havia 23 em 2013 e hoje são mais de 110 a lidar com a Câmara da Guarda, portanto estamos de consciência tranquila», concluiu o presidente. Ainda na reunião da semana passada, a autarquia decidiu anular o concurso público para a requalificação dos acessos rodoviários à Estação de caminhos-de-ferro. Para Sérgio Costa, o executivo «andou muito devagar» neste assunto. «Todo este atraso apenas vem dar ainda mais razão ao que tenho vindo a referir há ano e meio, que o projeto de execução estava pronto e que o concurso devia ter sido então lançado e nesta altura já estava a obra em curso», declarou.
Por sua vez, Carlos Chaves Monteiro explicou que «uma das dificuldades que tornaram impossível manter este concurso foi exatamente o desconhecimento e a falta de levantamento das estruturas subterrâneas pluviais de saneamento, que não temos e que são importantes para esta obra» – uma tarefa da responsabilidade dos serviços tutelados pelo então vereador do PSD. O presidente do município garantiu que «o problema» vai ser corrigido com as Infraestruturas de Portugal, tendo já agendada uma reunião com o ministro Pedro Nuno Santos.
Nesta sessão, o executivo aprovou o alargamento do prazo para a conclusão das obras da rede viária no centro da cidade, que foi prorrogado em 90 dias. O edil justificou esta alteração com um pedido dos empreiteiros, segundo os quais, «devido à pandemia, os fornecedores não estão a conseguir entregar materiais em tempo útil». A conclusão destas obras está então agendada para final de setembro, depois das eleições autárquicas.

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