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“Festa da Vila” animou o Paúl durante três dias

Artesanato, música e “comes e bebes” encheram o Largo do Mercado no último fim-de-semana

O Paúl esteve em festa no último fim-de-semana. A “Festa da Vila” encheu o Largo do Mercado de animação e de muitos paulenses que recordaram, mais uma vez, a elevação daquela freguesia a vila. Esta efeméride decorreu a 30 de Junho de 1989, mas ainda hoje se comemora com a participação de toda a “prata da casa”: artesãos, grupos culturais, recreativos e desportivos e comércio em geral.

A organização cabe, desde há quatro anos, à Junta de Freguesia que se encarrega de dinamizar e enfeitar o local da festa, preparar os stands para as exposições, convidar os interessados em participar e pagar as bandas musicais que, de sexta-feira a domingo, abrilhantaram aquele largo. A entrada é gratuita e a adesão dos participantes também. Este ano, a “Festa da Vila” contou com 14 barracas, das quais se destacam as mostras da Associação de Caça e Pesca, Casa do Benfica, Grupo Etnográfico e Convívio de Idosos do Centro Paroquial de Nossa Sra. das Dores, Grupo de Danças e Cantares, Grupo da Casa do Povo, Agrupamento de Escutas 506 Paúl e artistas individuais do artesanato, das artes decorativas, da loiça tradicional, da tapeçaria e, também, algum comércio local. Os dois bares em funcionamento foram explorados pela Associação de Caça e Pesca e pela Casa do Benfica. Domingos Beato, presidente da junta, diz que isso permite-lhes «facturar para as suas actividades» contribuindo a autarquia com um «subsídio indirecto que ajuda muito».

A “Festa da Vila” é anual e realiza-se sempre nesta altura para poder unir a população residente com os emigrantes. O Paúl é conhecido pela festa religiosa de Nossa Sra. das Dores, mas a junta entendeu que era necessária uma actividade com outro cariz. Pôs mãos à obra e recriou uma organização que «tem estado a funcionar muito bem», afiança Domingos Beato, explicando que esta actividade já tem o seu vínculo no Verão, «as pessoas já contam com ela». É por isso que todos os anos a junta recebe inscrições de pessoas e entidades interessadas em mostrar as suas artes. Paulo Valezim, artesão de mobílias em madeira rústica, participou pela terceira vez e entende esta iniciativa como uma das «melhores» formas de dar a conhecer o seu trabalho. «Quero que as pessoas deixem de me associar apenas ao futebol», explica, ansiando que a feira continue nos próximos anos, pois «foi das melhores coisas que a junta fez». Esse é também o desejo do actual presidente da junta. Domingos Beato espera que, independentemente das pessoas, o próximo executivo, no qual alegadamente não estará incluído, deve manter esta tradição que «já está enraizada».

O mesmo esperam os paulenses e demais os artesãos que, embora não tenham vendido como esperavam, ficaram satisfeitos por poderem mostrar e expandir os seus trabalhos. Mónica Muxagata participou pela primeira vez durante os três dias com uma barraca de artesanato. Esta covilhanense foi convidada pela junta de freguesia e embora louve a iniciativa, considera que as pessoas «não dão o justo valor às coisas». Os emigrantes safaram um pouco as vendas, porque as pessoas da terra «só vêm marcar presença, retraem-se muito», confessa a artesã que, ainda assim, promete voltar nos próximos anos. Também Paula Santos expôs pela primeira vez na sua “Festa da Vila”. Esta principiante, que possui uma loja no Paúl, diz que vendeu «bem» e que foi uma «boa experiência», querendo repetir, pois «valeu a pena o trabalho». De referir que o Largo do Mercado foi diariamente animado pelos grupos de danças e cantares locais que actuaram gratuitamente.

Rita Lopes

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