Política

Candidatura do CDS em risco na Mêda

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Escrito por Jornal O INTERIOR

Coligação com PSD falhou e César Figueiredo, atual vereador, já anunciou que não será candidato

O CDS poderá não concorrer nas próximas autárquicas na Mêda, onde obteve o seu melhor resultado e foi a segunda força política mais votada há quatro anos, depois do falhanço das negociações com o PSD e a indisponibilidade de César Figueiredo, atual vereador no executivo, para avançar novamente.
O cenário foi confirmado a O INTERIOR pelo novo presidente da Distrital da Guarda, à margem da tomada de posse realizada no sábado. «Para já, não vai haver candidatura do CDS na Mêda porque a negociação com o PSD, feita a nível da direção do partido e sem o conhecimento da antiga distrital, não teve os resultados pretendidos. César Figueiredo também já me comunicou que não será candidato, mas vamos analisar calmamente a situação e ver qual é a posição da direção nacional», afirmou Fernando Silva. Também na Guarda as conversações para uma coligação com os sociais-democratas «ainda não deram nada em concreto», acrescentou o novo líder centrista, admitindo que há «muita indefinição» no dossier autárquicas. Confirmada está uma candidatura própria no Sabugal e duas coligações em Fornos de Algodres e Trancoso.
Fernando Silva assume a liderança do partido no distrito numa altura em que «a situação não é das melhores», pelo que apelou à mobilização dos militantes e simpatizantes para «resgatar o CDS», que quer «voltar a ter o peso que teve na sociedade». O sucessor de Henrique Monteiro, que assumiu a presidência da mesa do plenário distrital, considera que os centristas vão ter que fazer «uma prova de vida» nestas autárquicas. «É importante uma mobilização de todos e se calhar fazer um esforço acrescido, através de alguma criatividade, para tentarmos ultrapassar este momento menos bom», declarou o também presidente da concelhia de Gouveia.
«É fundamental que muitos militantes, principalmente antigos, que se afastaram, voltarem à ação política. Teremos de começar por aí e envolver mais as estruturas concelhias», declarou Fernando Silva. Presente na tomada de posse, Telmo Correia, líder do grupo parlamentar centrista na Assembleia da República, alertou que as autárquicas serão «a prova de vida» do partido numa altura em que há «concorrência no nosso espaço político». Na sua opinião, o CDS «não tem de depender de ninguém para se afirmar, tem que contar consigo mesmo e para isso as autárquicas são importantes. Não sou contra coligações, mas temos que ter candidaturas próprias porque na hora da verdade ninguém nos vai resolver o problema, vamos ter que ser nós», disse Telmo Correia, para quem o CDS «nunca fez tanta falta na sociedade portuguesa como agora».

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