A esperança renasce em torno da reativação do troço ferroviário entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), na Linha do Douro.
Na sexta-feira, no Museu do Douro, no Peso da Régua, foi criado um grupo de trabalho para estudar e definir o modelo de reabertura destes 28 quilómetros encerrados desde 1988. As suas conclusões terão de ser apresentadas dentro de 14 meses, sendo que estudos prévios apontam um investimento da ordem dos 50 milhões de euros. O grupo de trabalho é coordenado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e junta ainda os autarcas Gustavo Duarte (Vila Nova de Foz Côa) e José Manuel Gonçalves (Peso da Régua), em representação da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro e elementos da Infraestruturas de Portugal (IP). «É um dia histórico», admitiu Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que participou na cerimónia.
A governante considerou o projeto «estratégico» para o Douro e para o país, tendo manifestado a espectativa de a obra possa «motivar Espanha a continuar a infraestrutura». A reativação da Linha do Douro até Salamanca tem sido defendida nos últimos anos pela sociedade civil, autarcas e deputados. Em março, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, os projetos de resolução do BE, PAN, PSD, PCP e PEV que defendem a requalificação da via, a reabertura do troço Pocinho-Barca d´Alva e a reativação da ligação a Espanha. Uma petição promovida pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial e pela Fundação Museu do Douro reuniu 13.999 assinaturas em defesa da requalificação e reabertura da Linha do Douro (Ermesinde-Barca d’Alva) e subsequente ligação a Salamanca.
No início deste mês, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, já tinha assumido que a ligação Pocinho-Barca d’Alva é «mais um objetivo» a concretizar na ferrovia. «Quando tivermos o Douro devidamente explorado não há cá Toscânia que nos bata e o caminho-de-ferro é também uma peça nesse trabalho», acrescentou o governante na inauguração da reabertura do troço Guarda-Covilhã da Linha da Beira Baixa.