Arquivo

Vodrages com futuro adiado para amanhã

Credores vão ter que decidir entre três propostas de viabilização da têxtil de Vodra

O futuro da Vodrages, empresa têxtil de Seia encerrada desde Janeiro, deverá ficar decidido amanhã. Na segunda-feira, a Assembleia de Credores ficou a conhecer três propostas de viabilização, duas das quais deram entrada no tribunal local no próprio dia e a outra foi entregue na véspera ao administrador judicial. Situação que levou a juíza titular do processo a adiar a decisão por mais cinco dias para permitir aos principais credores, como o IAPMEI e o Montepio Geral, estudar os dados fornecidos pelos interessados.

Em cima da mesa estão as propostas da Engotex, Beiralã e João Semedo, cujos valores não foram revelados. Contudo, a magistrada sempre foi adiantando que esta última será a «mais generosa» para os credores. E alertou que o prazo para o tribunal decidir o futuro da empresa vai expirar na próxima semana, uma vez que a Vodrages terminou a laboração a 13 de Janeiro. Os principais intervenientes no processo remeteram quaisquer declarações para sexta-feira, dia da quinta Assembleia de Credores da fábrica de Vodra, a poucos quilómetros de Seia. Sobre a Vodrages pende uma hipoteca de 1,2 milhões de euros e um passivo próximo dos 10 milhões de euros. Já os cerca de 100 trabalhadores, que não integram o lote dos maiores credores, reclamam apenas um ordenado em atraso e 50 por cento do subsídio de Natal. A Vodrages sucedeu à Vodratex, que chegou a empregar 1.500 trabalhadores, em Setembro de 1999, no âmbito do plano de recuperação de empresas têxteis da corda da serra.

A nova sociedade foi constituída por um grupo de funcionários locais e quadros de uma empresa de Castelo Branco, que beneficiaram então de apoios estatais da ordem dos cinco milhões de euros para relançar a fábrica. No entanto, as dificuldades regressaram e o projecto fracassou no início deste ano. Em Janeiro último, os trabalhadores retiveram mesmo os administradores durante mais de onze horas no interior da empresa para evitar que retirassem máquinas ou matéria-prima. Entretanto, a Jamobril, têxtil de Loriga igualmente encerrada desde Janeiro, deixando 70 trabalhadores desempregados, foi ontem declarada insolvente pelo Tribunal de Seia. Sentença que dá início a mais um processo de falência no concelho de Seia.

Sobre o autor

Leave a Reply