A GNR encontrou, ao princípio da tarde da última sexta-feira, o corpo de Pedro Paiva na ribeira de Chãos, próximo da Barragem do Caldeirão, a poucos quilómetros da Guarda. O recurso a cães especializados em buscas e salvamentos terá sido determinante, uma vez que o cadáver foi descoberto em cerca de hora e meia, num regato de pouca profundidade e de difícil acesso.
«Estes cães trabalham de forma diferente dos binómios que usámos anteriormente, pois detectam o cheiro no ar», disse o tenente Cura Marques, da GNR da Guarda, adiantando que este era o «último recurso» para bater a zona do despiste do carro do médico, de 35 anos, desaparecido desde 17 de Junho. O corpo foi encontrado a cerca de 200 metros do local do acidente, na EN 16. «Tudo leva a crer que ele tenha ido a pé até à ribeira, possivelmente desnorteado com o desastre. O resto está a ser apurado pela Polícia Judiciária», acrescentou Cura Marques, acrescentando que a vítima estava vestida e com a carteira, descartando, para já, um cenário de homicídio. A PJ esteve no local e vai agora tentar apurar as causas da morte de Pedro Paiva, natural de Lisboa, que se encontrava a fazer o internamento complementar em Clínica Geral na extensão de Torredeita, Viseu.
O despiste, seguido de capotamento, ocorreu às 9h30 de dia 17, em circunstâncias estranhas. Um habitante dos Chãos deu o alerta, mas os bombeiros da Guarda não chegaram a sair do quartel porque foram informados de que não havia quaisquer feridos no local. O mistério adensou-se após terem sido encontrados, no seu apartamento, em Viseu, os óculos partidos e o telemóvel com vestígios de sangue.
