Região

Quinta do Pocinho comercializa primeiros vinhos

Escrito por Jornal O INTERIOR

Depois do sucesso da Quinta dos Termos, a família Carvalho investiu na propriedade de Vila Nova de Foz Côa e já produziu o seu primeiro vinho do Douro

A Quinta do Pocinho, situada em Vila Nova de Foz Côa, é o mais recente projeto vitivinícola da família Carvalho. Surgiu à cerca de dois anos, mas só no inicio deste ano começaram a ser comercializadas as primeiras garrafas.

O investimento nesta quinta do Douro com cerca de 22 hectares surgiu devido ao sucesso da Quinta do Termos, situada no concelho de Belmonte e também propriedade de João Carvalho: «Decidimos apostar em novos projetos, com conceitos bem definidos individualmente, e assim passarmos a ser um grupo de várias quintas», adianta Pedro Carvalho, porta-voz da família. Antes do investimento no Douro Superior, a família beirã investiu, em 2015, numa quinta na região de Castelo Branco, porém a vontade de criar raízes no Douro também era grande e «fomos estudando o local onde faria maior sentido, quer pela localização, quer pelo potencial de longo prazo para a produção de vinhos de grande qualidade», adianta.

A oportunidade surgiu em 2019 com a Quinta do Pocinho, que é a continuação da longa história familiar e um projeto com «muito trabalho pela frente». Segundo Pedro Carvalho, serão precisos «cerca de 10 anos para concretizar o projeto que temos previsto». Nesse período planeia-se uma revitalização da vinha já existente através da «nutrição e gestão dos solos, por forma a obter uvas muito equilibradas e combater a erosão dos solos», acrescenta o responsável. A família Carvalho estima investir cerca de três milhões de euros neste negócio, que, além da aquisição da propriedade, inclui a construção de uma adega de raiz, a revitalização da vinha existente e a plantação de novas parcelas de vinha.

Na Quinta do Pocinho o terreno é maioritariamente em socalcos e obriga à prática de «viticultura de montanha», refere Pedro Carvalho, segundo o qual «é por isso que no Pocinho é muito importante aplicar viticultura de precisão, pois dentro de cada parcela existem pontos com características muito diferentes ao nível de humidade, radiação e arejamento, entre outras». O empresário recorda que o Douro é uma região de «longa tradição e história», mas diz-se convicto que a família Carvalho poderá «fazer parte de uma nova geração de produtores que contribuam para o seu futuro sustentável e continuada afirmação internacional». Um desafio que o gestor de 30 anos assume com «mais responsabilidade». Para além da conservação e manutenção das vinhas já existentes, há a preocupação em recuperar «algumas das 115 castas autorizadas nesta Denominação de Origem, entretanto esquecidas» através da sua plantação, realça o responsável.

Na primeira colheita apenas algumas parcelas foram vindimadas, tendo sido produzidas cerca de 20 mil garrafas. «Na última vindima vinificamos toda a produção da propriedade, de onde deverão resultar cerca de 35 mil garrafas», anuncia o porta-voz da família Carvalho. Apesar da pandemia e dos vinhos da Quinta do Pocinho «serem vinhos com vocação gastronómica», pelo que um dos seus grandes mercados de escoamento é a restauração, atualmente encerrada, Pedro Carvalho ambiciona que, «assim que este canal retome alguma normalidade, possamos fazer chegar estes vinhos a mais locais, tanto no mercado nacional como a nível internacional». De resto, o gestor encara o futuro com otimismo, uma vez que «temos recebido um bom “feedback” da parte de quem já provou».

À semelhança do que acontece na Quinta dos Termos, a família também pretende implementar o enoturismo na Quinta do Pocinho: «Queremos ter uma filosofia de produção de porta aberta, isto é, apostar em visitas e provas no local onde nós próprios trabalhamos», sublinha o futuro enólogo.

 

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