Os astrónomos sabem que as manchas solares correspondem a zonas de campos magnéticos muito intensos na superfície do Sol. A libertação súbita da energia magnética no Sol durante fenómenos chamados fulgurações, produz grandes quantidades de partículas carregadas electricamente que são lançadas no espaço a velocidades próximas da velocidade da luz. Pode também ocasionar ejecções de matéria, em que grandes nuvens de gás electrificado são expelidas pelo Sol a velocidades que podem atingir os 6 milhões de quilómetros por hora.
Com resultados de vários estudos sobre as manchas solares descobriu-se que a actividade magnética do Sol apresenta uma periodicidade de 11 anos. Essa actividade magnética, visível à superfície do Sol, projecta-se pelo espaço circundante atingindo os planetas terrestres, pelo menos até Júpiter.
Um caso conhecido da influência da actividade solar na alteração climática da Terra é o do Mínimo de Maunder, um período de 70 anos, de 1645 a 1715, no qual a actividade de manchas solares virtualmente diminuiu. Esta diminuição foi acompanhada na Terra por uma drástica redução da temperatura. Em todo o continente Europeu e América do Norte, registaram-se temperaturas muito baixas e o rio Tamisa, em Londres, esteve mesmo congelado sendo possível ser atravessado a pé.
Mas a influência da actividade magnética solar no clima terrestre não se limita à influência na temperatura global do globo.
O Sol emite raios cósmicos que variam ao longo do tempo, esta variabilidade do fluxo de raios cósmicos que atinge a Terra, que é modulada pela actividade solar, parece também afectar o clima, designadamente através da variação do grau de ionização da atmosfera e de consequente formação de nuvens, que entre funções, irão influenciar fortemente a quantidade de luz solar que é absorvida na atmosfera.
Todos estes fenómenos de interacção entre o Sol e a Terra, com reconhecida periódica ou incerta variabilidade e, alguns deles, com elevada amplitude, contribuirão certamente para a variabilidade do clima no nosso planeta. Fica assim demonstrado que ainda há muito para aprender acerca das tão faladas “alterações climáticas”.
Por: António Costa