O programa espacial norte-americano, que nos anos 60 do século passado levou o homem à Lua, tinha como um dos principais objetivos a recolha de rochas lunares. Com o estudo deste material, os investigadores pretendiam encontrar respostas acerca da formação da Terra e do Universo. Os vaivéns espaciais transportaram centenas de milhares de quilogramas de amostras do solo lunar para os laboratórios da NASA.
Nestas infraestruturas laboratoriais foram realizadas análises geocronológicas recorrendo a métodos radiométricos, tendo-se determinado que a idade da Lua seria perto de 4.600 milhões de anos, exatamente a mesma idade que foi determinada para vários meteoritos, caídos nos lugares mais díspares da Terra. Esta correspondência poderia confirmar a hipótese de uma origem comum para todo o Sistema Solar, que se teria formando precisamente há 4.600 milhões de anos.
Há algum tempo que os astrónomos e os astrofísicos estavam de acordo que o Sol, os planetas, os asteroides e os cometas se formaram por colapso e consecutiva condensação de uma nebulosa celular constituída principalmente por gás e pó interestelar. Na fase de colapso, a maior parte da massa deslocou-se para o centro para formar a nossa estrela, e outros elementos, que permaneceram na nuvem, planetas e satélites. Todas as diferenças químicas entre asteroides, planetas e satélites dever-se-iam aos fenómenos físico-químicos produzidos no momento da condensação.
Mas, se a Terra tiver a mesma idade que a Lua, por que razão as rochas mais antigas até agora encontradas parecem sugerir, pelo contrário, que era mais jovem? A pergunta ainda está em aberto, mas levantou-se a hipótese da crosta terrestre primitiva ter sido várias vezes reciclada por processos geológicos, desde a ação meteórica até ao vulcanismo.