A equipa responsável pelo PETUR – Plano Estratégico de Turismo da Serra da Estrela vai criar em breve um Observatório da Procura Turística em hotéis e restaurantes da região para analisar mensalmente que tipo de turistas os frequentam. A medida foi anunciada durante a apresentação pública do primeiro relatório do PETUR, na semana passada em Belmonte, que contou com a presença de autarcas e técnicos de sete dos dez municípios abrangidos pela Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela.
A par desta medida, será também criada, já em Maio, uma central de reservas para hotelaria e restauração onde só figurarão os estabelecimentos com qualidade. A ideia foi avançada por cerca de três dezenas de empresários do sector e aguarda apenas a confirmação da presença do secretário de Estado do Turismo, Pedro Abrantes, na reunião agendada este mês para Oliveira do Hospital, para começar a ser posta em prática. Para 4 de Maio está previsto o início de uma campanha de “marketing” sobre a identidade da Serra da Estrela em todas as escolas preparatórias e secundárias dos concelhos abrangidos pela AIBT. A iniciativa, realizada em colaboração com o Centro de Área Educativa (CAE) da Guarda, que abrange sete dos dez concelhos, visa sensibilizar os jovens para as potencialidades da serra e transformá-los nos «futuros agentes de divulgação das iniciativas que vierem a ser realizadas na região».
«Detectamos que há uma auto-estima baixa por se pertencer a uma zona serrana. Há muitos jovens que não conhecem a serra, mas só se pode vender alguma coisa se a conhecermos», explicou o coordenador do estudo e professor na Universidade da Beira Interior, Pedro Guedes de Carvalho, para quem um dos objectivos da campanha de “marketing” é «dar-lhes a conhecer» programas de intercâmbio turístico. Estas são as três medidas imediatas para esta primeira fase do PETUR, mas há outras preparadas para depois de Junho caso os autarcas estejam interessados em avançar. Entre elas estão medidas para o sector das florestas, da água e das estradas, visto que estão previstas reuniões com a Direcção-Geral das Florestas, Recursos Hídricos e Instituto de Estradas de Portugal. «É necessário apostar no turismo de montanha, porque todos já se aperceberam que a neve é um factor muito curto para fazermos da serra um destino turístico. Não é que não seja importante, mas temos que diversificar a oferta para termos uma ocupação durante todo o ano», sublinhou o economista. Para tal, um dos objectivos do PETUR é «profissionalizar» a oferta turística. «Há que identificar os recursos e as actividades que poderemos promover. Estamos confiantes que no final do ano apareçam empresas especializadas na organização dessas rotas e eventos. Só assim conseguiremos fixar por mais noites quem visitar a Serra da Estrela», afiança. De resto, há já um grupo económico nacional interessado em investir na região e com o qual a equipa do PETUR está em negociações.
Liliana Correia
