“O Pão Sobre a Natureza – para além do comestível” é o título da exposição fotográfica de Pedro Inácio, conservador do Museu da Água, de Lisboa, patente no Museu Nacional do Pão, em Seia, até 31 de Agosto. A mostra, constituída por 34 imagens, tem um carácter artístico, cultural e pedagógico, estando cada fotografia associada a um ditado popular. Assim, “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, “Para crescer o filho, pão de milho”, “Ano de muita chuva, muita casca e pouco pão” ou “Não há sábado sem sol nem domingo sem pão mole” são alguns dos dizeres populares ilustrados.
O director cientifico, Sérgio Carvalho, perspectiva em 60 mil o número de visitantes que até Agosto vão ver a exposição, que disse constituir uma iniciativa «para diversificar a estética das mostras até agora realizadas», designadamente as anteriores executadas em massa de pão “Brasões das capitais de distrito de Portugal” e “Bustos dos Reis de Portugal”. A escolha de Pedro Inácio para expor no Museu Nacional do Pão prende-se com o facto de ser um fotógrafo novo que realizou um trabalho conjugando a fotografia e a temática do pão. Segundo Pedro Inácio, que realiza a sua primeira exposição individual, as fotos expostas resultam de uma recolha superior a 200 imagens realizadas na Serra da Estrela, Venda do Pinheiro, Pampilhosa da Serra/Fajão, Amares, Alentejo (Monte da Pedra), Museu da Água e Lagos, em que «todo o pão representado foi escolhido a dedo tendo em conta a cor, a imagem e a forma».
Entretanto, a exposição “Bustos dos Reis de Portugal” em massa de pão vai estar patente de 12 a 16 de Maio na Exposição do Pão de Paris. Assumindo um carácter itinerante, esta mostra, que foi inaugurada em Outubro de 2004 e encerrou a 31 de Março, vai agora percorrer o país, estando já agendadas paragens em Lamego, Viseu e Perre (Vila Nova de Cerveira). O Museu Nacional do Pão abriu ao público em Setembro de 2003 e, segundo Sérgio Carvalho, registou uma afluência de cerca de 300 mil pessoas, tornando-se um dos museus mais visitados do país.