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Desemprego na Covilhã é 240,9 por cento superior à taxa média na região Centro

Estudo relativo a Dezembro de 2004 continua a apontar a Covilhã como o concelho mais preocupante da Associação de Municípios da Cova da Beira

A Covilhã é o município que apresenta a maior taxa de desemprego (43,7 por cento) dos 14 concelhos que integram a Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), de acordo com um estudo do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social do Concelho da Covilhã, da Universidade da Beira Interior, respeitante a Dezembro de 2004. A análise foi realizada no âmbito das actividades de diagnóstico da região de influência do Projecto OFER – Oportunidades de Futuro para o Emprego na Beira Interior, pelo professor Pires Manso, responsável pelo Observatório.

Além da Covilhã, integram ainda a AMCB os municípios de Fornos de Algodres, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso, Penamacor, Belmonte e Fundão, registando-se um valor global de 8.356 pessoas no desemprego.

Os concelhos da Guarda e do Fundão registam 18,5 e 16,2 por cento do total de desempregados da AMCB, respectivamente. Já os concelhos de Pinhel, Mêda, Trancoso e Almeida são aqueles que apresentam menores taxas de desemprego em Dezembro de 2004, com valores entre os 2,2 e os 3,6 por cento da população economicamente activa.

Comparativamente à região Centro, a taxa média de desemprego dos 14 municípios está «claramente acima» e com um valor que supera o daquela região em 51,2 por cento, referem os responsáveis do estudo. O município da Covilhã apresenta uma taxa média de desemprego de 14,4 por cento, valor que é 240,9 por cento superior à taxa média de desemprego verificada em toda a região Centro, e cerca de 1,57 vezes superior à taxa de desemprego do continente (mais 57 por cento). Manteigas apresenta também uma taxa de 74,5 por cento mais elevada do que a da região Centro e 14 por cento superior à do país, enquanto o Fundão está 74 e 13,5 por cento acima, respectivamente. Os municípios com taxas de desemprego inferiores às da região Centro são apenas Pinhel, Mêda, Trancoso, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e Sabugal.

Em todos os municípios, à excepção de Trancoso, o desemprego das mulheres (58,6 por cento) é sempre superior ao dos homens (41,4 por cento), sendo que é na Mêda, Pinhel, Fundão e Fornos de Algodres que as diferenças são mais acentuadas. Quanto ao tempo de inscrição, 58,4 por cento dos desempregados dos 14 municípios estão inscritos nos Centros de Emprego há menos de um ano, enquanto 41,6 por cento estão nessa situação há mais de um ano. Aqui, apenas Manteigas e Covilhã apresentam as taxas mais elevadas, com 48,6 por cento de desempregados e 48,4 por cento, respectivamente. No que se refere a grupos etários, a média dos 14 municípios regista maiores percentagens de desempregados entre os 35 e os 54 anos de idade, sendo que é na Covilhã que se registam também as maiores taxas de desempregados com menos de 25 anos (38,4 por cento), entre os 25 e os 34 anos (40,7) e com mais de 55 anos (52,2), além de apresentar a maior taxa de desemprego em qualquer nível de escolaridade.

Liliana Correia

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