Expectativas defraudadas. É o que se pode dizer do jogo grande da jornada 21 do Distrital de Castelo Branco que colocou frente a frente os dois líderes da prova, Penamacorense e Desportiva do Fundão, e que terminou sem golos. Agora, quando faltam disputar cinco jogos para o fim da competição, os fundanenses têm vantagem directa sobre a equipa comandada por Mário Pereira, fruto da vitória obtida na primeira volta.
Mesmo sabendo que o triunfo significava um “passo de gigante” para o título, as duas equipas entraram bastante receosas, preocupando-se mais em defender do que em proporcionar o desejado espectáculo que o muito público presente merecia. Foi preciso esperar pelos 26’ para assistir a uma jogada de relativo perigo e por banda dos visitantes. Vaz Alves fugiu bem pela direita, cruzou para a área onde Caniço estava em boa posição, mas foi desarmado por Renato. Nesta fase, o Fundão estava com “sinal mais” e aos 36’, Luciano, depois de fintar um adversário, rematou rasteiro de fora da área, obrigando Manuel Silva a uma boa intervenção perto do poste direito. Na sequência do canto, o mesmo Luciano apareceu liberto de marcação na zona frontal, só que atirou muito por cima. Já a equipa da casa apenas aos 42’ conseguiu assustar o último reduto fundanense, mas tanto Sérgio, como Marco, não conseguiram corresponder ao livre vindo da direita. Na segunda parte, e como lhe competia por jogar em casa e estar em desvantagem no confronto directo, o Penamacorense, que tem melhor ataque e a defesa menos batida da prova, entrou melhor, tendo maior posse de bola e a criar mais perigo.
Contudo, só aos 65’ forçou Tiago à sua primeira defesa. Picas aproveitou um deslize de André Cunha para fugir pela esquerda e cruzar para a entrada da área onde surgiu Vieira a rematar forte, mas à figura do guarda-redes visitante. Volvidos três minutos, e beneficiando de mais uma desatenção da defensiva do Fundão, Óscar apareceu, com muito espaço à entrada da área para rematar forte junto ao poste direito. Na resposta, e em contra-ataque após uma perda de bola de Nuno Rogeiro à entrada do seu meio-campo, o Fundão dispôs de uma jogada com três homens contra apenas um penamacorense, mas Vaz Alves demorou uma eternidade a decidir entre o remate ou o passe e acabou desarmado por Renato. A ADEP intensificou a pressão na recta final do encontro e aos 81’ desperdiçou a sua melhor oportunidade do encontro. Óscar fez um cruzamento largo para a área onde Picas, inteligentemente, cabeceou com a nuca, deixando o guardião Tiago a meio caminho, tendo então valido o corte em cima da linha de Pedro Ferreira. O Fundão jogava em contra-ataque e aos 83’, o recém-entrado Lindeza aproveitou um deslize de Nuno Rogeiro para tentar fazer um “chapéu” a Manuel Silva, mas Sérgio afastou a bola.
Num último esforço para chegar ao golo, aos 92’, Hélder Correia arrancou um cruzamento da direita para o segundo poste, mas Bruno Nogueira cabeceou ao lado. O jogo terminou como começou, deixando a discussão do título em aberto. O trio de arbitragem fez um bom trabalho, sem interferência no resultado final. No final, Mário Pereira, treinador da ADEP, considerou que «se a vitória caísse para o nosso lado, assentava perfeitamente bem porque tivemos quatro oportunidades de golo flagrante», realçando que ainda faltam «cinco finais» para decidir o campeão distrital. Da parte do Fundão, ninguém se mostrou disponível para comentar o encontro.
Ricardo Cordeiro