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PSP da Guarda sem informação sobre novo Código da Estrada

Polícias de trânsito reúnem-se hoje com o comandante Gonçalves Sampaio

Os agentes da secção de trânsito da PSP da Guarda queixam-se de ainda não terem tido esclarecimentos nem informação oficial sobre o novo Código da Estrada, que entra em vigor dia 26.

Fernando Lima, delegado sindical do SPP (Sindicato dos Profissionais de Polícia), diz haver “falta de diálogo” com o comando da Guarda, mas também que os polícias do trânsito ficaram “sem tempo” para tratar do expediente das ocorrências. «Entrou em vigor no passado fim-de-semana uma ordem de missão que consideramos demasiado rigorosa, pois quase que nos obriga a tratar do expediente em casa ou fora de serviço», denuncia.

Por outro lado, refere haver falta de pessoal na secção e que os 14 agentes ali colocados têm à sua disposição material «obsoleto e em segunda mão». Estas e outras queixas já foram apresentadas ao comandante da PSP da Guarda, Gonçalves Sampaio, que nunca respondeu até agora. Uma nova reunião está agendada para quinta-feira. Contudo, este impasse está a deixar os agentes de trânsito «desmotivados e sobrecarregados», tanto mais que são «prejudicados» no gozo das compensações de «excessos» de trabalho, sobretudo nas idas a tribunal, aulas, exercícios de tiro e acções de formação, entre outras. Fernando Lima garante que elas «pura e simplesmente não existem», adiantando haver mesmo horas feitas em 2003 que «o chefe operacional não deixou gozar em tempo útil, acabando por não poderem ser gozadas no ano civil seguinte». Também a falta de material está a preocupar estes agentes, já que alguns elementos, segundo Fernando Lima, não têm cinturão branco, enquanto os coletes reflectores que lhes estavam destinados foram retirados e os próprios agentes acabaram por comprar outros e pagá-los do seu bolso.

Já os aparelhos de rádio são em segunda mão, vindos do comando de Setúbal, e ficam gastos a meio do turno, «quer depois da sua utilização normal, quer com a realização dos testes de comunicações de hora a hora, de acordo com uma directiva nesse sentido», adiantou aquele dirigente sindical. Segundo Fernando Lima, a desmotivação do pessoal «é verificável nos resultados dos últimos anos: em 2002 houve cerca de 80 detenções, em 2003 desceram para perto de 60 e cifraram-se em 40 no ano passado». O delegado do SPP disse ainda que quem não cumprir a determinação de fazer o expediente no próprio dia, o que «sobrecarrega» aos agentes que têm de cumprir o turno determinado, é ameaçado de sanções disciplinares. «Para evitar isso, muitos têm de prolongar o turno para efectuar o expediente», adianta. O comandante da PSP da Guarda escusou-se a comentar as acusações do delegado do SPP.

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