A entrega de uma Unidade Móvel Médico-Social, destinada principalmente à população idosa do concelho, foi um dos pontos altos das comemorações da elevação de Mêda a cidade, realizadas no último fim-de-semana. Para o autarca João Mourato, trata-se de um «marco histórico», lamentando «profundamente» as críticas de alguns habitantes a esta mudança de estatuto garantida no final do ano transacto. De resto, o edil frisa que esta promoção foi assegurada por «direito próprio» e não devido a qualquer «favor político».
João Mourato deu início ao programa de comemorações, realçando que «não é todos os dias que uma terra é elevada a um estatuto diferente», daí que a autarquia tenha decidido «dar enfâse» ao acontecimento. «É um momento que devemos festejar e regozijarmo-nos por isso», reforça. Entretanto, na última sexta-feira, depois de ter sido entregue um donativo de cinco mil euros à AMI – que foi considerado um «grande acto de generosidade e solidariedade» pelo vice-presidente da instituição, Justino Sampaio -, foi então assinado o protocolo da entrega da Unidade Móvel Médico-Social. Trata-se de uma viatura, que representa um investimento de cerca de 50 mil euros, cedida gratuitamente a todos os utentes do concelho que não têm condições para se deslocar ao Centro de Saúde. Emília Pina, coordenadora da Sub-Região de Saúde da Guarda, agradeceu à autarquia, uma vez que a carrinha é «inteiramente sustentada» pelo município, tendo apenas o Centro de Saúde de assegurar os técnicos. Por sua vez, o autarca sublinhou que a unidade vai chegar aos «lugares mais recônditos» de um concelho com muita população idosa. «É uma aposta quase pioneira a nível do distrito», realça.
A Unidade Móvel para os Cuidados de Saúde está dotada de equipamento médico, permitindo a medição da pressão arterial, a administração de injecções ou tratamentos de enfermagem e terá proximamente material destinado à reanimação e intervenção rápida em caso de acidente. Na cerimónia, que decorreu nos Paços do Concelho, a autarquia atribuiu ainda 60 mil euros aos Bombeiros Voluntários da novel cidade e dez mil a quatro das maiores freguesias do concelho para a construção de balneários em polidesportivos. Foram depois apresentados o Roteiro Turístico do Concelho e o livro sobre a “História do Rancho Folclórico do Centro Cultural de Mêda”. O primeiro, para ser distribuído gratuitamente aos turistas, dispõe, nomeadamente, de informação sobre o concelho, a sua história, percursos turísticos, bem como locais onde os visitantes poderão pernoitar e experimentar a gastronomia local.
Em relação às críticas suscitadas junto de alguns habitantes pela elevação a cidade, João Mourato considera tratar-se de «oportunismo político», pois sabe-se «de onde vêm» e acontecem perto das eleições autárquicas, responde. Do mesmo modo, lamenta «profundamente» que haja medenses a criticar esta mudança de estatuto, considerando que, apesar de não ser natural da cidade, «é razoável lutar e trabalhar» para a Mêda estar «sempre no “ranking” das primeiras terras». Reiterando que vai ser novamente candidato à Câmara, João Mourato assegura que a Mêda é um concelho «quase perfeito e exemplar», porque tem saneamento e água «em todas as freguesias», uma rede de estradas «de excelência», electrificações, arruamentos «e praticamente quase tudo em termos de infraestruturas básicas». Por último, assegura que a Mêda é cidade por «direito próprio e de acordo com a lei, não devemos favores políticos a ninguém».
Ricardo Cordeiro
