O Tribunal da Mêda ouve amanhã as alegações finais do julgamento do caso de alegada falsificação de 1,5 milhões de litros de vinho detectado há cerca de seis anos perto de Foz Côa. Na última sessão, técnicos do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIA) explicaram os relatórios que constataram a existência de baixo teor alcoólico no vinho apreendido que, segundo o enólogo Fernando Azevedo, arguido no processo, resulta de «mosto no início de fermentação». Estes depoimentos confirmaram o baixo teor de metanol nas amostras colhidas, clarificando a divergência entre os dois relatórios quanto ao facto de ser ou não vinho. O documento do IVV referia, após as análises ao produto apreendido, que se tratava de vinho, mas o do INIA dizia que não existiam células vitivinícolas no “vinho” apreendido. No processo, estão acusadas seis pessoas consideradas responsáveis pela alegada falsificação do vinho a partir de produtos químicos: os industriais/comerciantes de vinhos Rogério Martins e António Durives Pereira, gerentes da empresa J.A. Lopes, de Lisboa, a ex-presidente da Cooperativa AGROMEDA de Mêda, Ana Saraiva, o engenheiro agrícola José Lopes Morgado, o enólogo e o presidente da Adega Cooperativa de Vila Nova de Foz Côa, respectivamente Fernando Azevedo e Abílio Pereira. O vinho em causa foi apreendido em Abril de 1999 por uma patrulha da Brigada de Trânsito da GNR perto de Muxagata (Vila Nova de Foz Côa) em dois camiões cisterna, com o total de 45 mil litros de vinho, que não se encontrarem acompanhados pela respectiva guia de transporte. Investigações efectuadas pela GNR concluíram que alegadamente se tratava de vinho produzido a partir de produtos artificiais oriundo da Adega Cooperativa do Moinho de Vento (Mêda), propriedade da AGROMEDA, onde foi apreendido vinho que totalizou 1,5 milhões de litros.