1. O novo coronavírus está a levar o mundo à loucura. A imprevisibilidade da doença e das consequências levam a um pânico global inacreditável.
Vimos isto no cinema, onde os argumentistas inventavam os mais diversos vírus para aparecerem depois os heróis a descobrir a cura e a salvar as vítimas de horrendos ataques. Na vida real é muito pior que num filme. Na vida real perde-se a razoabilidade perante o pânico. Na vida real perde-se a capacidade de pensar e agir com racionalidade. Na vida real o medo é assustador, e o mundo está hoje assustado.
Portugal ainda é uma ilha ocidental num mar de infetados e mortos. Esperemos que o seja por mais tempo (pode acontecer que, enquanto escrevo, a realidade mude e a pandemia chegue até nós), mas, entretanto, e apesar dos muitos comentários de alguns (com o Chicão do CDS à frente…), o país tem reagido bem, as autoridades têm sido responsáveis e as medidas adequadas. Alguns queriam que o país já estivesse encerrado; outros afirmam que o país está a ser incompetente e incapaz de conter as consequências da propagação do vírus; outros acham que não se passa nada…
Como sempre, é no meio que está a virtude. As medidas têm sido as corretas e a administração pública tem atuado com probidade e correção perante as circunstâncias – a Diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, merece a nossa confiança e os demais técnicos de saúde têm tido um bom-senso que merece aplauso, mesmo quando o povo, em especial o povo das redes sociais, ignorante e imbecilizado, trata de zurzir nos decisores que moderadamente decidem em prol de todos. Não se combate o Covid 19 com um canhão, combate-se com ciência e conhecimento. Com cuidados e medidas profiláticas. E moderação. Não é preciso exagerar, basta tomar as medidas apropriadas a cada momento. E devemos esperar que quem sabe decida de acordo com o seu conhecimento e a sua razoabilidade.
2. A falta de solidariedade europeia perante a doença é inaceitável. O pânico e o medo levam ao isolamento e ao fecho de fronteiras entre povos que deviam estar irmanados na doença e solidários na procura de soluções. De Espanha “nem bons ventos, nem bons casamentos”… por isso, ou também por isso, e porque a situação está descontrolada no país vizinho, devíamos fechar as fronteiras para nos precaver… Mas seria aceitável? Espanha não soube tomar medidas e vai entrar numa espiral pandémica (Salamanca é aqui ao lado e já tem casos confirmados…), mas devemos proibir os contactos com espanhóis? Devemos fechar a fronteira em Vilar Formoso?… Por muitos que nos isolemos, o vírus chegará e alastrará. Já chegou à economia provocando uma crise de consequências incalculáveis; chegará à nossa saúde e devemos, serenamente, reagir em conformidade, com a ajuda médica e os cuidados adequados.
3. O presidente da Câmara da Guarda, Chaves Monteiro, retirou os pelouros ao seu vice Sérgio Costa. Ao que me dizem, alguns militantes do PSD e o próprio Sérgio Costa terão ficado surpreendidos e irados. Não se entende porquê. Escrevi aqui, na semana passada, o óbvio: «Sérgio Costa: Vice-presidente da Câmara da Guarda. E candidato à presidência da Concelhia do PSD. Corre em pista própria» e «falta saber até que ponto o atual presidente da Câmara não denunciará a deslealdade e atuará em conformidade – retirar os pelouros e o poder executivo a Sérgio Costa». “Roma não paga a traidores!” ou seja, o segundo tem de ser leal ao primeiro. Simples! Goste-se ou não!