O Covilhã continua a desperdiçar oportunidades para chegar mais perto da liderança, tendo perdido de forma incrível no último domingo com o Esmoriz num jogo em que tiveram o “pássaro na mão” e deixaram-no fugir nos minutos finais de um autêntico pesadelo. Foi a segunda derrota da equipa serrana no campeonato, depois de vinte e um jogos sem provar o sabor do desaire.
O início de jogo mostrou o Covilhã de sempre, a tentar procurar o golo, mas o Esmoriz não deixou que o encontro tivesse muita qualidade, com a bola a estar demasiadas vezes fora do terreno de jogo. Mas os visitantes não perdoaram na primeira vez que chegaram com perigo à área do Esmoriz. A jogada começou num cruzamento de Cláudio para a área, com Pimenta, mais alto que Bruno Sousa, a desviar para o segundo poste onde Rui Miguel encostou para o seu primeiro golo com a camisola do Sporting. Aos 26’, o Covilhã poderia ter ampliado o marcador, só que Oliveira, na marcação de um penalti cometido sobre Pimenta, atirou sem convicção e facilitou a defesa de Bruno Sousa. Onze minutos depois, o mesmo Oliveira esteve quase a marcar, não tivesse Pombo cortado na “hora h”. Já no segundo tempo, o avançado do Covilhã ainda teve outra oportunidade, mas Bruno Sousa voltou a superiorizar-se ao defender com os pés. Nesta altura, o Esmoriz acordou para o desafio e por duas vezes, aos 58’ e 62’, foi Cláudio quem salvou o Covilhã do empate, tirando duas bolas na linha de golo cabeceadas por Ruca.
Apesar da formação da casa ter passado a mostrar-se mais atrevida, depois de uma primeira parte onde não criou perigo, o Covilhã acabou por fazer o segundo, numa bela jogada de contra-ataque. A iniciativa foi iniciada e concluída por Cunha, que desmarcou Kaká na direita, este cruzou para a área sem que a defensiva do Esmoriz tivesse interceptado o esférico. Quem aproveitou foi o médio covilhanense, vindo de trás, para marcar um bonito golo. Parecia que os serranos tinham o jogo na mão, mas as partidas só acabam quando o árbitro apita. Isso mesmo pensaram os jogadores do Esmoriz, que protagonizaram uma reviravolta espectacular marcando três golos em seis minutos. O primeiro surgiu aos 86’, num lance duvidoso. Ruca apareceu na cara de Luís Miguel e reduziu a desvantagem, com a defesa do Covilhã a pedir fora-de-jogo. Os locais ganharam ânimo e alcançaram o empate na jogada seguinte. Bola ao centro, os serranos perderam o esférico, que foi bombeado para o segundo poste onde Mike cabeceou certeiro, apanhando Luís Miguel em contra-pé.
Logo a seguir Milton foi expulso, mas mesmo com dez jogadores os visitantes procuraram chegar à vantagem, só que o discernimento já não era o mesmo. Para coroar um final de jogo de total desconcentração, o Covilhã sofreu o terceiro golo num lance em que Luís Miguel teve muitas culpas. O guarda-redes saiu disparatadamente da baliza e Filipe, quase sem querer, cabeceou para a vitória. Foi o acto final de um pesadelo com o qual ninguém contava e que penalizou um Covilhã que, a dez minutos do fim, estava com três pontos no bolso e acabou por deitar tudo por terra, sofrendo mais um revés na luta pela subida.
Francisco Carvalho/ Rádio da Covilhã