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Para onde vão os guardenses na passagem de ano?

As agências de viagem da cidade queixam-se da falta de procura, já os clientes escolhem locais perto e baratos

A passagem de ano é festejada por todo o lado com muitas festas, fogos de artificio, jantares de gala, apitos e balões, banhos de mar, samba ou valsas, enfim com muito entusiasmo. A despedida do Ano Velho é sempre uma boa razão para viajar, mas este ano a crise económica que assombra o país fez diminuir a procura e as agências de viagem da Guarda queixam-se da escassa procura. Os guardenses procuram locais que não sejam muito distantes, nem muito caros, mas a maioria acaba por passar a meia-noite em casa.

«Este ano está mais fraco em termos de procura», lamenta Carla Melo, funcionária da Turisguarda. Os clientes preferem lugares que «não sejam muito longe e de preferência baratos», explica a funcionária, por isso o Algarve é o destino mais cobiçado. Mas ainda há uma minoria que procura destinos fora do país, como as ilhas espanholas, Brasil ou República Dominicana, locais com preços que vão dos 400 aos 750 euros. Também os clientes da ANAFI procuraram «maioritariamente regiões do país» para a passagem de ano, num regresso à velha máxima “Vá para fora cá dentro”, frisa Mónica Monteiro, responsável pela agência de viagens. Assim, os locais mais escolhidos foram um cruzeiro turístico no rio Douro, Lisboa ou o Algarve, adianta Mónica Monteiro. Quem escolheu estes dois últimos destinos acaba por passar o “réveillon” nos hotéis, inseridos nos pacotes de animação oferecidos nesta altura do ano, ou, se o tempo deixar, a festa faz-se nas ruas das cidades. Tudo isto pode custar desde 100 até 600 euros. Fora do país, os destinos mais procurados são as zonas que estão mais perto da Guarda, como Salamanca ou Madrid. Mas também há alguns guardenses que, por causa do frio, anseiam por paragens com mais calor, como o Brasil ou as Caraíbas.

Por causa da fraca procura, «alguns operadores turísticos tiveram que fazer promoções, para conseguir preencher os aviões», destaca Mónica Monteiro. Agora, a partir de 500 euros é possível viajar para um destino exótico. Por isso, a responsável aconselha o Brasil para a passagem de ano ideal, «pelo preço convidativo, animação e por lá ser época alta». Mas, comparativamente ao ano passado, nota-se um decréscimo na procura e a principal condicionante «é, sem dúvida, a crise», garante. Também Filomena Reis, funcionária da Joaltur, comunga da mesma opinião. «Nota-se menos poder de compra e muitos acabam por preferir ficar em casa», lastima. Outros procuram destinos perto da Guarda, mas quem se atreve a passar fora prefere locais como a Madeira, Palma de Maiorca ou o Algarve. O destino mais procurado é a Madeira, «mas há muito que está preenchido, só se alguém desistir é haverá vagas», adianta Filomena Reis. Foi o caso de uns clientes brasileiros que costumam passar o Natal na Guarda e que na passagem de ano vão sempre para fora: «Este ano queriam ir para a Madeira, mas tiveram que optar por Palma de Maiorca», conta a funcionária.

Patrícia Correia

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