«Consideramos esta iniciativa positiva para podermos resistir à situação de crise e de dificuldades que os comerciantes sentem», sublinha Miguel Bernardo, vice-presidente da AECBP. Contudo, nem todos os comerciantes aderem à iniciativa. É o caso das “Sapatarias Gabinete” que este ano optou por «oferecer brindes aos clientes», revela Ana Maria Gabinete. Também Artur Rosa, da “NAF NAF”, não aderiu à iniciativa de Natal por considerar «não haver benefícios» para o comércio. «São opiniões, mas a crise não se vence com iniciativas isoladas», responde Miguel Bernardo. «Só conseguiremos atrair pessoas para o centro da cidade com a união de esforços e um modelo capaz de reunir o maior número de comerciantes», acrescenta.
No entanto, o dirigente partilha da opinião dos comerciantes no que se refere ao deslocamento das pessoas devido às obras realizadas no Pelourinho. «As obras foram necessárias, mas o tempo que demoraram e a falta de dinamização ajudaram a quebrar a procura do centro», aponta, considerando que o estacionamento pago é uma dificuldade para os comerciantes. «Deveria haver mais conjugação de esforços e uma maior actuação das entidades para dinamizar o centro da cidade», adianta Miguel Bernardo, para quem a «verdadeira ameaça» ao comércio tradicional surgirá com a abertura do Shopping Covilhã, da Sonae, na zona nova da cidade. «E estas iniciativas de atrair pessoas para o centro é já para travar essa ameaça», garante.