Depois dos comerciantes do centro histórico da cidade terem reivindicado um parque de estacionamento subterrâneo próximo da Praça Velha, Maria do Carmo Borges, presidente da Câmara da Guarda, avançou com a intenção de construir um silo-auto próximo do “coração” da cidade, nas traseiras da Sé. O assunto foi abordado numa reunião com a comissão de comerciantes há quase dois meses e foi levada à última reunião de Câmara. No entanto, a escolha não parece ter sido a melhor, uma vez que aquele local, em frente à escola de Santa Clara, vai estar sujeito a muitas regras e normas. Tal como a autorização da construção, que carece de um parecer prévio da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), entre outras medidas. Contudo, até ao momento, a escola e a DREC ainda não foram informados do projecto.
«Não tenho qualquer conhecimento sobre o projecto de silo-auto para as proximidades desta escola», diz Adalberto Carvalho, presidente do conselho directivo da EB 2, 3 de Santa Clara. Prefere por isso reservar a sua opinião para outra altura. «Só sei o que os órgãos de comunicação social comunicaram, nada mais», acrescenta o professor. Nunca foi contactado por nenhum elemento da autarquia, nem conhece a proposta apresentada: «Desconheço a possível orientação que o trânsito vai levar à frente da escola», afirma o responsável. Por enquanto ainda não está preocupado, pois não sabe que «voltas vai dar este silo-auto», mas quando tiver conhecimento oficial do processo promete pronunciar-se. Também a Direcção Regional de Educação do Centro comunga do mesmo princípio. Como ainda não dispõe de nenhuma informação sobre a construção desta infraestrutura remete-se ao silêncio. No entanto, fonte ligada ao gabinete de imprensa da DREC, adiantou que «a legislação prevê este género de infraestruturas». Uma coisa já é certa. Vai ter que estar fora do perímetro de protecção da estrutura escolar, «que é um limite estabelecido para todas as escolas», acrescenta, à semelhança da lei que proíbe cafés ou outros estabelecimentos comerciais junto às escolas.
De resto, o parque de estacionamento subterrâneo não pode interferir com a instituição escolar, nem pode inviabilizar a entrada ou saída da escola. Por tudo isto, a autarquia deve solicitar uma autorização à DREC, o que «até ao momento ainda não aconteceu», garante a mesma fonte. Como o assunto já foi debatido na última reunião do executivo guardense, é possível que a próxima Assembleia Municipal, a realizar no final do mês, seja solicitada a autorizar a Câmara a avançar com o processo e solicitar estudos técnicos e de viabilidade daquela localização. Na altura, Maria do Carmo Borges, explicou que a possibilidade de vir a ser construído um parque subterrâneo no largo da Escola de Santa Clara já vinha sendo falada há algum tempo e que a questão estava a ser estudada ao pormenor. Entretanto, depois da discussão que se gerou em torno das obras da Praça Luís de Camões, a autarquia anunciou alguns parques de estacionamentos alternativos, designadamente, no Jardim José de Lemos e na futura Sala de Espectáculos da Guarda.
Patrícia Correia