Na antiguidade, as estrelas serviram de guia a exploradores e navegadores, ajudaram a determinar as épocas das colheitas e foram consideradas auspícios de grandes acontecimentos. A sua aparente proximidade fez com que fossem incorporadas no mundo dos humanos e desde o princípio receberam nomes. Inicialmente, as estrelas foram agrupadas de acordo com o lugar que ocupavam no céu. Surgiram então as constelações: desenhos caprichosos e que mudavam respondendo a analogias que apenas o olho era capaz de distinguir. Pouco depois, passaram de luzes a estrelas, e com o tempo tornaram-se galáxias. Mais tarde, foram classificados os enxames e os superagloremados.
Atualmente, temos as Grandes Muralhas. Este padrão de organização hierárquica que o Universo parece seguir (no que diz respeito às caracterizações visíveis de matéria e luz) é conhecido graças a diferentes camadas de radiação emitida pelas várias estruturas. No entanto, continua a haver muitos mistérios por desvendar e a ciência nunca descansa.
Se alguém quiser levar até ao limite a pergunta sobre a composição da matéria, ou seja, se pretendermos saber qual é o derradeiro elemento de que são feitas as coisas, pode responder-se que é o átomo. Não importa do que se trate, desde uma simples rocha a um belo tigre, tudo é formado por átomos. Ora bem, se nos interrogarmos acerca da proveniência dos átomos, a resposta deve ser procurada nas estrelas. Com exceção do hidrogénio e do hélio, que tiveram origem no “Big Bang”, todos os átomos são “fabricados” pelas estrelas.
No Universo, onde abunda o gás e a poeira estelar, seguramente encontraremos o berço de muitas estrelas. As estrelas nascem como uma nebulosa de hidrogénio que se contrai e aquece por efeito da força de gravidade. Uma tal contração faz subir a temperatura até ficar suficientemente elevada para que hidrogénio se funda em hélio, libertando uma quantidade enorme de energia que, ao abrir caminho até à superfície da estrela, emergirá sob a forma de luz visível. Os processos nucleares do centro geram uma pressão para o exterior que contém a força gravitacional e detém a contração. A estrela, então, está em equilíbrio. Mas só até acabar o hidrogénio: esse momento será o princípio do fim da estrela.
Quando olhamos para uma noite estrelada, chega-nos das estrelas a luz produzida pela fusão nuclear no seu centro. Produzidos nesta fusão, os fotões fogem do centro até à superfície irradiando luz. Os fotões, porém, não explicam por si só o brilho de uma estrela. Existe outro esplendor semiescondido: são os neutrinos. Os neutrinos são ainda um mistério por desvendar. Embora se saiba que quase não interagem com a matéria, deslocam-se a velocidades próximas da velocidade da luz e os investigadores descobriram há pouco tempo que possuem uma massa muito pequena.
O brilho de uma estrela depende da fusão do hidrogénio que acontece no seu centro. Todavia, este processo não pode continuar indefinidamente, o que implica que nalgum momento a estrela deverá apagar-se. O tempo que esta evolução levar dependerá em grande parte da massa inicial da estrela.
Dentro de 5 mil milhões de anos, aproximadamente, todo o hidrogénio do centro do Sol se terá transformado em hélio e a zona de fusão de hidrogénio migrará para o exterior, provocando uma cadeia de reações termonucleares. Entretanto, uma contração do seu núcleo, agora rico em hélio, aumentará as temperaturas e pressões do núcleo ao ponto de acender outra vez a estrela e causar novas fusões nucleares, desta vez de hélio, e o Sol vai expandir-se absorvendo no seu caminho os planetas próximos do Sistema Solar, entre eles a Terra. Tornar-se-á uma gigante vermelha.
O Sol, na sua agonia, vai expandir-se e contrair-se até expulsar a sua atmosfera para o espaço. Então ficará uma nebulosa como amostra do que era antes, e no centro uma pequena estrela quente com uma densidade enorme. Milhares de milhões de anos depois tornar-se-á uma anã-branca (estrela fria estável).
Este processo final das estrelas vai variar conforme a massa que possuírem: quanto maior a quantidade de massa, mais rapidamente gastarão o seu combustível nuclear. Neste processo de colapso, os átomos sintetizados no interior das estrelas são devolvidos ao gás interestelar. Tudo o que nos compõe, até o cálcio dos nossos dentes, foi extraído das estrelas depois de entrarem em colapso: somos matéria estelar.