O município de Pinhel inaugura, no domingo, as obras de recuperação e valorização da muralha da cidade que vão permitir uma «maior fruição» do património que que rodeia o centro histórico.
A cerimónia está integrada na programação da “Feira Medieval da Cidade Falcão – Guarda-Mor do Reino e Senhorios de Portugal”, que começa esta sexta-feira e termina no domingo. Durante o fim de semana, a cidade vai «recuar no tempo» com esta atividade, que destaca a muralha da cidade, mandada reconstruir e ampliar pelo rei Dom Dinis. O evento inclui ruas coloridas, cortejos e torneios, música, dança, artes circenses, espetáculos de fogo, encenações e muita animação de rua. O falcão é também presença obrigatória na feira medieval, ou não fosse «o testemunho mais representativo de Pinhel, Cidade Falcão – Guarda-Mor do Reino e Senhorios de Portugal», recorda a autarquia. Destaque também para a realização, no sábado, a partir das 19h30, junto do castelo, de uma ceia medieval que contará com cerca de 350 comensais.
Já a novidade desta quinta edição é a realização de uma missa campal, no domingo (12 horas), no largo de Santa Maria. A feira medieval começa amanhã, pelas 14 horas, com a abertura do mercado, a que se segue um cortejo e a representação teatral da entrega do Foral e da ordem de reconstrução da muralha de Pinhel. Séculos depois o município concluiu a reabilitação do denominado “Caminho de Ronda”, que circunda a zona histórica de Pinhel, que poderá ser percorrido por quem visita a cidade. Os trabalhos visaram a melhoria das acessibilidades e a desobstrução de troços da muralha que estavam praticamente vedados ao público, mas também a consolidação da estrutura, a limpeza de vegetação invasora, a colocação de proteções laterais e de alguns lanços de escadas, de acordo com o município. Foram também instaladas plataformas com efeito de miradouro.
«Tendo em conta o fluxo crescente de turistas na cidade, quisemos criar condições para devolver a muralha ao povo e a quem a quiser conhecer», refere Rui Ventura, presidente da autarquia, adiantando que «são muitos metros de muralha que estavam inacessíveis e degradados há muitos anos e que agora foram melhorados, permitindo que esta obra, com séculos de existência, possa ser visitada de forma plena e segura». A empreitada teve início em meados de 2018 e representa um investimento de cerca de 283 mil euros, financiados em 85 por cento pelo programa Portugal 2020. A muralha de Pinhel e o “Caminho de Ronda” são datados dos séculos XIII/XIV. O município adianta que a muralha tem 740 metros de perímetro e seis portas: Porta da Vila (que desapareceu), Porta de São Tiago, Porta de São João, Porta de Marrocos, Porta de Alvacar e Porta de Marialva. «A valorização da muralha é, sem dúvida, o grande destaque da feira medieval deste ano. É um marco histórico de Pinhel que agora, passado tanto tempo sobre a sua construção, ganha nova vida», considera Rui Ventura.
Reabertura da muralha é ponto alto da feira medieval de Pinhel
Município investiu cerca de 283 mil euros na recuperação do “Caminho de Ronda” do castelo, que vai ter melhores acessibilidades e plataformas com efeito de miradouro
