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Investidores russos de olho na Covilhã

Empresários da indústria aeronáutica debatem dia 21 as perspectivas de investimento com entidades ligadas ao sector

Empresários russos de aviões anfíbios e de helicópteros vão reunir na próxima semana com entidades covilhanenses ligadas ao sector da aeronáutica tendo em vista o eventual estabelecimento de parcerias nesta área. Este é o primeiro passo de uma possível «cooperação» entre empresas da Covilhã e da Rússia que a autarquia local e a embaixada daquele país de Leste em Portugal pretendem fortalecer nos diversos «projectos de natureza turística, cultural, comercial e industrial», como ficou bem patente durante da visita do embaixador Bakhtier Khakimov ao Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã e ao aeródromo municipal na passada sexta-feira.

«Estamos no começo da aproximação e da cooperação entre a Covilhã e a Rússia para o desenvolvimento de investimentos e de relações», frisou Carlos Pinto, admitindo, sem no entanto especificar, haver já «projectos em curso» para que esta cooperação se possa concretizar «num futuro próximo». «Temos coisas para desenvolver e explorar», acrescentou, confiante na possibilidade de investimentos com a vinda dos industriais russos à Covilhã no próximo dia 21. «É o primeiro passo de uma caminhada que esperamos que tenha os seus frutos. Acredito muito na oportunidade que é gerada a partir de projectos concretos e da dinâmica das cidades e acredito que alguma coisa pode vir a funcionar», anteviu o autarca. «As relações mútuas podem ser instaladas não só entre os governos e os países, mas também entre as cidades e as pessoas», concordou por sua vez Bakhtier Khakimov, também confiante que a visita dos empresários russos a Portugal e à Covilhã, a propósito de um seminário especial para indústrias ligadas ao sector aeronáutico, poderá ser benéfica para a «cooperação mútua e muito interessante para o futuro».

«Na Rússia já compreendemos que temos que estabelecer relações entre as cidades e as regiões para apostarmos no desenvolvimento», lembrou aquele responsável. Apesar de ainda não haver nada em concreto, a visita dos empresários russos vai ao encontro de alguns projectos em curso no domínio da aviação, nomeadamente a possível construção do aeroporto internacional em terrenos junto ao acesso Norte à A23 e a instalação no aeródromo covilhanense, no próximo Verão, de algumas das valências da Fundação de Ensino e Resposta a Desastres. A FERD, que terá sede em Coruche, pretende transformar o aeródromo numa plataforma internacional para albergar meios aéreos, nomeadamente dois aviões anfíbios multimissões, reunindo cada um a capacidade de quatro Canadair no combate a incêndios florestais, além de cinco helicópteros pesados multifunções e dois planadores topo de gama para vigilância aérea. A localização estratégica do aeródromo, a possibilidade de expansão e a existência da licenciatura em Engenharia Aeronáutica na Universidade da Beira Interior foram os factores que mais pesaram para a instalação da FERD na Covilhã.

Liliana Correia

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