A água fornecida para consumo na Covilhã poderá decrescer de qualidade se não chover até ao final do mês de Outubro e se os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) tiverem que recorrer a uma solução de emergência: a utilização da água de rega para consumo humano.
A preocupação foi manifestada na última reunião do executivo camarário pelo vereador Alçada Rosa, administrador-delegado dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento, tendo em conta que a principal fonte de abastecimento de água potável do concelho apresenta actualmente níveis «muito baixos». «Esperemos que chova até ao fim do mês de Outubro, porque senão teremos problemas de qualidade de água», revelou o vereador, admitindo a possibilidade de recorrer a outras alternativas de abastecimento caso aconteça o pior. «Temos uma reserva possível neste momento, que é usar para consumo humano a água que está a ser utilizada na rega, avisando evidentemente a população», adiantou Alçada Rosa. Apesar de se ter conseguido este ano «ir um pouco mais abaixo» na captação de água da barragem por causa das obras efectuadas, a verdade é que para o vereador responsável trata-se «realmente de um problema grave» que a Covilhã enfrenta todos os anos pela altura do Verão. «Temos estado a fazer esforços enormes no sentido de encontrar novas captações de água para minimizar este problema e ganhar uns dias. Mas estamos sempre a lutar contra dias para que a Covilhã não tenha problemas», reconhece o administrador-delegado dos SMAS.
O receio já não é novo. Há anos que a Covilhã se arrisca a ficar sem água. Basta que não chova para que o concelho fique em estado de alerta, contudo, a água nunca chegou verdadeiramente a faltar nas torneiras. O último caso aconteceu há perto de sete anos e deixou a cidade sem água durante uma semana. «A única coisa que precisamos é de uma autorização para fazer a barragem», reitera Alçada Rosa, lembrando que a autarquia espera há mais de ano e meio pela resposta do Governo aos projectos de construção da segunda barragem das Penhas da Saúde, da barragem da Atalaia, no Teixoso, e para a recuperação da Barragem do Padre Alfredo, em Unhais da Serra. A par disso, aguarda ainda pelo aval do poder central para sair da Águas do Zêzere e Côa (AZC) e entregar o saneamento em alta à Somague. «O Governo ainda não ratificou a saída da AZC e isso tem sido um problema impeditivo para que possamos avançar», revelou.