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Setembro: reinício de actividades

Crónica Política

Passado o período tradicional de férias entramos no mês de Setembro que é, por excelência, o mês de regresso ao trabalho para muitos portugueses, mês de preparação do ultimo trimestre do ano, mês do reinicio da actividade dos partidos políticos e de muitas outras coisas entre as quais, o regresso às aulas.

Muitos jovens souberam esta semana se conseguiram colocação no curso superior que sempre ambicionaram e preparam-se, muito provavelmente, para ir estudar numa cidade diferente. Analisando as listagens de colocações deste ano verificámos que a grande maioria dos candidatos conseguiu colocação nesta primeira fase e que, os cursos que sempre apresentaram as médias mais elevadas baixaram este ano ligeiramente o seu valor como foi o caso de Medicina. Para os que não entraram agora, resta esperar pela afixação das vagas que sobraram e apresentar candidatura à segunda fase do concurso. Das mesmas listagens conclui-se também que existem Licenciaturas que não obtiveram nenhuma colocação e muitas outras onde apenas 3 ou 4 alunos foram colocados. De notar ainda que muitos dos cursos que tiveram poucos (ou nenhum) candidatos pertencem a Universidades com tradição reconhecida. Aqui levanta-se a questão de analisar se é rentável manter estes cursos abertos pois, claramente, não têm procura. A falta de procura por estes cursos prende-se com o facto de estarem desfasados da realidade do mercado de trabalho e, portanto, resta fechá-los.

Hoje, 16 de Setembro, é também o dia de início do ano lectivo da maior parte das Escolas do 2º Ciclo, 3º Ciclo e Secundário. É exactamente aqui que reside um problema gravíssimo: a colocação dos professores.

A quase totalidade das escolas iniciará as aulas com metade dos professores por colocar. Não é difícil perceber a angustia de muitos pais que encaminham os filhos para a escola sem saberem se vão, ou não, ter professores. Também da parte dos professores a angústia continua durante o mês de Setembro por não saberem se continuam no desemprego ou se conseguem colocação numa determinada escola nem que isso implique afastarem-se, de repente, centenas de quilómetros de casa. Depois, estes que são colocados, entram ao serviço imediatamente, sem passarem pelas actividades de preparação do ano lectivo, sem realizarem reuniões prévias de trabalho, e sem participarem na definição da estratégia comum que cada escola adopta.

Não se pode brincar com a Educação e, por isso, procedimentos como os deste ano são inadmissíveis.

Nem os alunos têm culpa por não terem os professores distribuídos a tempo, nem os professores têm culpa de não terem sido distribuídos a tempo.

Como, por norma, a culpa acaba por ser de ninguém que remédio têm uns e outros de se desenrascar o melhor que puderem.

Por: João Nuno Pinto

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