A diversidade volta a marcar a segunda edição do Festival Y, da Quarta Parede – Associação de Artes Performativas da Covilhã, que enfrentou em 2003 a “prova de fogo” com a realização de um evento durante dois meses nas cidades da Covilhã e Castelo Branco. À semelhança do ano passado, a Quarta Parede idealizou, entre 23 de Setembro e 15 de Novembro, um festival multidisciplinar com teatro, dança, performance, multimédia e “workshops”, mas desta vez de uma forma mais arrojada com um novo espaço criado essencialmente para dar visibilidade a outras formas de arte. «O espaço “Festival Y – Outras Formas” vai dar voz às novas estruturas, a autores menos representados, a espectáculos de multimédia e a formas inovadoras de fazer arte», salientou a “O Interior” o director daquela companhia profissional, Rui Sena, que pretende assim dotar o festival de uma «personalidade própria».
«Tentámos este ano que o festival avançasse para outras formas, que fosse menos um teatro ortodoxo», disse aquele responsável, apesar da associação ter traçado inicialmente uma meta de três anos para alcançar esse carácter. Estendendo-se ao Teatro Cine da Covilhã e ao Cine Teatro Avenida, em Castelo Branco, o evento vai contar com nomes sonantes da representação e dramaturgia portuguesa e estrangeira. No entanto, deverá ser o espectáculo de Regina Duarte, no Teatro-Cine da Covilhã a 6 de Outubro, aquele que mais público atrairá. Em “Coração Bazar”, a actriz brasileira vive durante uma hora uma metamorfose em seis personagens. Para compor esta peça, que marca a sua estreia a solo em palco, Regina Duarte misturou textos da sua autoria com obras de escritores famosos como Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, entre outros. Também “Prometeu”, pelo Teatro do Ferro, promete ser um dos pontos altos do festival. O espectáculo de marionetas inaugura o Festival Y #2, dia 23, na sala covilhanense e assinala os novos rumos que o evento pretende atingir: projecção vídeo, sonoplastia e música original electrónica.
Segue-se a Companhia Jordi Bertran com “Poémes Visuals”, dias 28 e 29 no Cine Teatro Avenida e a 30 no Teatro Cine. Pelo palco da Covilhã passará ainda a 2 de Novembro o Trimagisto – Cooperativa de Experimentação Teatral com “A noite mesmo antes da floresta” e Irene Lázaro com a peça “En-Sueño”, a 4 de Novembro. Para Castelo Branco, estão programadas as peças “O Juiz da Beira”, pela Escola da Noite (7 de Outubro), e “Anjos”, do grupo O Bando (11 de Novembro). Já o denominado “Festival Y- Outras Formas” irá acolher essencialmente espectáculos de teatro e performances de multimédia. “Projecto Móbil”, de Sílvia Ferreira (3 de Novembro); “Mãos na terra, cabeça no ar”, pela Colecção B (5 de Novembro); e “Wasteband”, de Patrícia Portela (6 de Novembro); são os espectáculos de multimédia agendados para o Teatro-Cine da Covilhã, enquanto que para Castelo Branco actua a 4 de Novembro o “Teatro Não” com a performance “São precisos dois para dançar a valsa” no Auditório do Politécnico local. “As três figuras do excesso”, de Cláudia Dias, e “Confidencial”, de Olga Roriz, são os dois espectáculos de dança agendados para o Festival Y # 2. O primeiro sobe ao palco do Teatro Cine da Covilhã a 12 de Outubro e o segundo, que dura cerca de 2h40, realiza-se no Cine Teatro Avenida a 21 de Outubro. Quanto aos “workshops”, Carlos Alberto Machado vai orientar aos fins-de-semana, de 1 de Outubro a 15 de Novembro, uma acção de escrita criativa para construir um texto dramático, já Magda Henriques trabalha, a 30 e 31 de Outubro, sobre Arte Contemporânea.
Liliana Correia