O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou oficialmente o dia 26 de maio para a realização das eleições para o Parlamento Europeu. Depois serão as regionais da Madeira em setembro e as legislativas em outubro. Como se sabia, 2019 será um ano eleitoralmente ativo e com muitas mudanças.
Com o Brexit o Parlamento Europeu será reduzido, mas isso não implicará alterações nos assentos dos demais países. As próximas eleições vão escolher 705 eurodeputados, mantendo Portugal os 21 lugares da atual legislatura (de cinco anos), e, à partida, eleger o futuro presidente da Comissão Europeia.
O PS já “arrumou” a sua lista, ou pelo menos a ordem dos principais nomes, fazendo regressar Francisco Assis e promovendo a deputado europeu o até agora ministro dos equipamentos Pedro Marques (que deixou os grandes projetos da legislatura adiados e a ferrovia à beira da implosão). Com ele irá outra antiga ministra, Maria Manuel Leitão Marques, que irá ocupar o lugar que já foi do marido, Vital Moreira, de deputada do PS no Parlamento Europeu – o partido republicano que nomeia e promove sistematicamente a família, o nepotismo fulanizado pelo socialismo.
No PSD, e definido há muito o nome de Paulo Rangel para cabeça-de-lista, continua um grande “alvoroço” à volta dos demais nomes a eleger. Com o PSD Açores a defender Mota Amaral para segundo lugar (ao que parece no partido havia quem o colocasse em oitavo, atrás, nomeadamente da madeirense Cláudia Monteiro de Aguiar, que deverá ser sexta) e com vários “notáveis” a acotovelarem-se para os lugares de eleição – o PSD deverá eleger cinco ou seis deputados, dependendo se o Aliança de Santana Lopes elege ou não Paulo Sande. Até lá, Álvaro Amaro move-se como uma formiga, aparecendo um pouco por todo o lado e assegurando assim presença mediática e política muito para além da Serra da Estrela. Rui Rio não tem como deixar de fora o ainda presidente da Câmara da Guarda que, depois de ter sido dado como certo em terceiro lugar, estará disponível para qualquer outro lugar que garanta um assento em Bruxelas.
Ou seja, Álvaro Amaro mantém o silêncio sobre o assunto, mas, enquanto escrevo estas linhas, está a negociar e a assegurar um lugar entre os cinco primeiros da lista do PSD. E se dúvidas houvesse sobre a sua vontade, a forma como subitamente decidiu a construção do “multiusos” no Rio Diz dissipam-nas – assume um compromisso de 2013 e o “estudo” encomendado pela autarquia é esquecido em nome da palavra dada a apoiantes – a localização «mais cara» passou a «mais económica» num estalar de dedos. Antes de se ir embora cumpre a sua palavra. Não fica para o resto do mandato, mas os mais próximos apoiantes não terão razões de queixa.
Depois virão as legislativas, sem Amaro a intervir nas escolhas, mas ainda a pairar sobre algumas cabeças. Mas tudo irá mudar. O distrito deverá eleger apenas três deputados e o PSD quererá ter dois: Carlos Peixoto e Ester Amorim (Ângela Guerra foi eliminada precocemente nas disputas internas e desbaratou o apoio popular na disciplina de voto sobre a abolição das portagens). Chaves Monteiro irá presidir à Câmara da Guarda e Cidália Valbom tentará sobreviver no ocaso da Assembleia Municipal. O PS continuará a sua travessia do deserto na Guarda, entre a disponibilidade de Eduardo Brito voltar a ser candidato (disse-o num recente plenário, para espanto de todos), chamar Carvalhinho, chorar por Seguro ou esperar que algum jovem apareça (Pedro Fonseca não conta). No final de 2019 as caras serão outras…