Sociedade

Natalidade voltou a subir no distrito da Guarda

Escrito por Luís Martins

A maternidade do Hospital Sousa Martins teve 584 nascimentos no ano passado, mais 27 que em 2017, mas o desnível face ao litoral continua a acentuar-se

Gabriel é o primeiro bebé de 2019 na Guarda, tendo nascido na noite de terça-feira

O primeiro bebé de 2019 na maternidade do Hospital Sousa Martins, na Guarda, nasceu às 21 horas da passada terça-feira, pouco mais de 24 horas depois do último bebé de 2018, que veio ao mundo ao final da tarde de 31 de dezembro.
Nos últimos quatro dias do ano velho nasceram oito bebés, o que confirma que 2018 foi um bom ano de nascimentos na Unidade Local de Saúde (ULS), que registou um crescimento de 5 por cento de nascimentos relativamente a 2017. Segundo dados da ULS, no ano passado nasceram 584 crianças, mais 27 que no ano anterior, quando nasceram 557. Mas é Gabriel, filho de um casal residente no concelho de Seia, quem fica para a história. O menino nasceu de parto normal e pesava 2,610 quilos. «Mãe e filho encontram-se bem», adianta a ULS a O INTERIOR, acrescentando que por ter sido o primeiro a nascer na Guarda em 2019, o menino receberá lembranças de boas vindas oferecidas pela ULS e pelo município da Guarda.
Em termos nacionais, em 2018 houve mais bebés, tendo nascido 80.484 crianças nos primeiros onze meses – os últimos dados conhecidos –, o que significa mais 1.107 do que em igual período de 2017. Estes dados resultam dos “testes do pezinho” entre o terceiro e o sexto dia de vida, uma recolha de sangue para rastrear doenças metabólicas realizada no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Segundo esta informação, até ao final de novembro tinham nascido em média 7.300 crianças por mês, com outubro (8.300) e agosto (8.044) a registarem o maior número de nascimentos. Já fevereiro (6.199) e março (6.376) foram os meses que menos contaram para o aumento da natalidade.
Como seria de esperar, e mantendo a tendência das últimas décadas, o distrito de Lisboa (23.803) tinha praticamente um quarto dos nados-vivos, o que é bem exemplificativo da concentração demográfica no país. Em segundo lugar surge o Porto, mas com quase metade dos nascimentos da capital (14.491). Seguem-se dois distritos em terceiro lugar: Braga (6.172) e Setúbal (6.027). Aveiro é o distrito com a quarta maior taxa de natalidade (4.097) e Faro o quinto, com 4.016 nados-vivos. No interior, a Guarda – já com números fechados para o ano de 2018 –, é um dos distritos que se destacam com 584 nascimentos, estando mesmo assim abaixo dos mais de 640 nados-vivos registados em Portalegre.
Até à hora de fecho desta edição não foi possível conhecer os dados oficiais do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira e da ULS de Castelo Branco.
Os dados do “teste do pezinho” são coordenados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, Não é um teste obrigatório – pode sempre haver mais nascimentos do que testes – mas tem uma taxa de cobertura de 100 por cento e, por isso, é o principal indicador da natalidade em Portugal.
Foi em 2011 que nunca mais se recuperou a meta dos 100 mil nascimentos por ano. Nesse ano nasceram 96.856 bebés e em 2012 baixou dos 90 mil para nunca mais recuperar. Daí que esta variação de mil nascimentos, apesar de ser uma boa notícia, é praticamente irrelevante em termos estatísticos. Ou seja, é impossível dizer que há uma recuperação da natalidade, há na verdade apenas uma variação positiva.

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Luís Martins

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