Aldeia Viçosa (Guarda) cumpriu hoje a tradição do “Magusto da Velha” e distribuiu castanhas e vinho à população.
A iniciativa juntou várias centenas de populares no largo da aldeia, que, além das castanhas e rebuçados, puderam saborear vinho da Quinta do Ministro e tibornias (pão torrado e molhado em azeite). A tarde começou com uma missa evocativa da “velha” benemérita e incluiu uma dramatização da atribuição da Carta de Foro à Villa de Santa Maria de Porco, em 1238, no reinado de Dom Sancho II, e do testamento estabelecido pela “Velha” com o povo pelo grupo Hereditas.
O “Magusto da Velha” é uma obrigação secular da aldeia do Vale do Mondego que surgiu nos séculos XVI ou XVII e que se cumpre ininterruptamente desde então em homenagem a uma benemérita que deu de comer aos pobres num período caracterizado por fomes, guerras e doenças. Anualmente são comprados 150 quilos de castanhas. No adro da igreja cumpre-se outra tradição, a das cavaladas, quando um homem se baixa para apanhar uma castanha, fica sujeito a que lhe saltem para as costas.
A organização foi da Junta de Freguesia de Aldeia Viçosa, com o apoio da Câmara da Guarda e das associações da freguesia, sendo que está a ser preparada uma candidatura desta tradição com cerca de 500 anos a Património Cultural Imaterial. Este ano, a Junta decidiu também recordar António Martins, o único soldado nascido em Porco (a designação anterior de Aldeia Viçosa) e morto na Iª Guerra Mundial no dia 16 de junho de 1917. Saiba mais na próxima edição de O INTERIOR.