No mundo da Física é importante referir outros nomes, para além do incontornável Albert Einstein, que deixaram uma marca indelével nesta área do conhecimento. Um deles é Erwin Schdröndinger.
Na década de 20 do século passado, quando a física quântica ainda estava no início, o austríaco Erwin Schdröndinger (1887-1961) surgiu como um dos nomes nessa nova linha de pensamento e investigação.
A grande contribuição deste físico prendeu-se com o desenvolvimento do conceito e da forma matemática da chamada “função de onda”. Trata-se de uma expressão que permite descrever o comportamento de uma partícula fundamental, por exemplo, um eletrão. Esta função contém todas as informações que podem ser conhecidas sobre essa partícula.
Schdröndinger teve uma formação inicial excelente, no seio de uma família rica de Viena, despertando-se no jovem Erwin o interesse pela ciência. Após terminar os estudos e de combater na Iª Guerra Mundial, Erwin Schdröndinger iniciou a sua carreira académica e vida nómada. Os seus principais trabalhos foram desenvolvidos na Alemanha, na altura o centro mundial de ciência. Esta série de trabalhos tiveram como recompensa o Prémio Nobel da Física em 1933.
Com a chegada de Hitler ao poder, Schdröndinger vagueia um pouco por toda a Europa colecionado artigos científicos, prestígio, amigos e mulheres, pois tinha como característica pessoal ser um notório conquistador, tendo tido várias amantes. Conta-se que estava numa viagem romântica com uma das amantes quando formulou a equação de onda. Mas ninguém descobriu o nome da musa inspiradora, uma vez que a quantidade de mulheres foi enorme.
Para além da física quântica, este cientista deu grandes contribuições ao nível da biologia, uma vez que acreditava que as leis da física poderiam ser aplicadas ao funcionamento dos seres vivos.
Em 1944 Schdröndinger especulou sobre a existência de moléculas que habitariam todas as células e controlariam o mecanismo de hereditariedade. Alguns anos mais tarde, em 1953, a descoberta da estrutura do ADN confirmou o seu postulado. Schdröndinger também ficou conhecido pelo paradoxo do gato na caixa, uma experiência em que, além do animal, colocou na dita caixa uma porção de material radioativo e um detetor de radiação. A ideia era, quando uma partícula de radiação era detetada, um mecanismo libertava um gás venenoso letal. Decorrida a primeira hora, a probabilidade do material ter emitido uma partícula radioativa – decaimento – é de 50%. Se o decaimento ocorreu, o detetor foi acionado, o gás libertado e o gato morreu. Se isso não ocorreu, o gato sobreviveu à primeira hora. Isto é, após uma hora, o gato pode estar vivo ou morto.
Desta forma o estado de saúde do gato está influenciado pelo comportamento das partículas microscópicas, que é explicado pela teoria da Mecânica Quântica. É uma teoria altamente eficiente, mas possui algumas coisas estranhas. Segundo ela, um átomo pode estar no estado decaído e não decaído ao mesmo tempo. Se isso é verdade, o gato de Schdröndinger poderia estar morto e vivo ao mesmo tempo.
Schdröndinger propôs este paradoxo para explicar que havia um problema com a interpretação da Mecânica Quântica, uma vez que podemos ter mais de uma resposta correta para um problema que, logicamente, só poderá ter uma resposta. Ainda hoje este paradoxo não apresenta resposta!